INTERNACIONAL

Colômbia e Venezuela à beira do coletivismo

Alfredo Mac Hale

A nação colombiana sob o controle dos guerrilheiros falsamente pacificados, a venezuelana submetida à sinistra ditadura castro-chavista.

Os governos da Colômbia e da Venezuela deram nos últimos meses gravíssimos passos no sentido de consumar as situações deploráveis em que caíram no último ano. O primeiro pelas concessões à narcoguerrilha das FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), em retribuição pela suposta pacificação, mas em detrimento grave da ordem jurídica; o segundo pelo progressivo endurecimento do regime dirigido por Nicolás Maduro, que se transformou em algo análogo à ditadura do proletariado característica do comunismo, baseado nas brigadas bolivarianas para reprimir a oposição, perseguir violentamente seus líderes e todos os que opuserem obstáculos ao domínio chavista.

As FARC, guerrilheiros metamorfoseados em governantes

No caso colombiano, todas as concessões do governo às FARC tiveram o apoio do Congresso Nacional, dos tribunais máximos do Poder Judiciário, dos órgãos do Episcopado, de todas as entidades representativas da empresa privada e dos principais meios de comunicação, significando aos olhos da opinião pública o endosso enfático de todas as instituições de importância do país ao "processo pacificador" em curso.

No entanto, muitas personalidades vieram a público com as mais graves objeções, seja à conveniência e liceidade das medidas, seja às suas supostas — e questionáveis — bases jurídicas, ou ainda aos contubérnios políticos e econômicos com que foram impulsionadas, demonstrando que elas não têm qualquer legitimidade, máxime porque o Referendo de outubro passado rechaçou por maioria e na sua totalidade esse caminho empreendido pelo governo. Este, sem embargo, através de negociações de bastidores com alguns dirigentes da oposição, optou por desconhecer tal rechaço e promover sua aprovação pelo Congresso, após algumas mudanças meramente cosméticas.

Os efeitos desse procedimento do governo na nação colombiana não se fizeram esperar: a popularidade do presidente Juan Manuel Santos deteriorou-se rapidamente, rebaixando-se a um nível sem precedentes; uma profunda crise econômica, reflexo da preocupação da opinião pública pelo futuro do país em face do "Acordo de Paz" firmado pelo governo e pela guerrilha e da orientação que ambos seguirão em prazo médio ou longo; o "Acordo de Paz" firmado entre ambos; uma instabilidade notória nas finanças do Estado, pelo gasto desmedido para dar ao país uma sensação de prosperidade e implementar o acordo; e um descontentamento com as medidas tributárias recentemente ditadas, cuja recusa crescerá à medida em que se tornem vigentes.

(continua)

LEGENDAS:
- O processo dos acordos de paz na Colômbia sempre teve o total apoio do ditador cubano Raúl Castro (na foto, ao meio, tendo à esquerda o presidente Santos e à direita o líder guerrilheiro "Timochenko").
- Protestos em várias capitais colombianas chamando à resistência civil contra as propostas de Juan Manuel Santos.