VIDA DE SANTOS

São Luís Gonzaga

Príncipe do Sacro Império, numa curta vida atingiu o auge da santidade, sofrendo um verdadeiro martírio de amor a Deus. É o Patrono da Juventude.

Plinio Maria Solimeo

Quando Da. Marta de Gonzaga, marquesa de Castiglione, estava para dar à luz seu primogênito, "no julgamento dos médicos, nem a mãe nem a criança poderiam viver. Nesse estado, ela recorreu à Santíssima Virgem e fez o voto de que, se ela e o filho escapassem desse perigo, iria a Nossa Senhora de Loreto em peregrinação levando o filho para lhe oferecer".1 Assim nasceu Luís, no dia 9 de março de 1568, em Castiglione, na Lombardia. Seu pai, Dom Ferrante de Gonzaga, era marquês de Castiglione e príncipe do Sacro Império. Da. Marta era filha do conde de Santena e senhor de Chieri, no Piemonte.

Logo que o menino começou a balbuciar, a marquesa lhe ensinou a fazer o Sinal da Cruz e, depois, a rezar o Pai Nosso e a Ave Maria.

Crescendo, "Luís era, como seu pai, de temperamento sanguíneo, vivo e irascível, de carne e osso como os demais homens, se bem que santificado pela graça, e em extremo cuidadoso de vencer as viciosas inclinações com a força de vontade e a contínua mortificação". 2

"O brio da belicosidade ancestral"

Como guerreiro, Dom Ferrante queria que seu primogênito também o fosse. Por isso, quando se dirigiu para Casal Mayor, onde se encontravam as tropas que por ordem do rei da Espanha, Felipe II, deveria conduzir a Túnis, levou consigo o pequeno Luís, então com quatro ou cinco anos de idade, para familiarizá-lo com as coisas da guerra. Com vestimenta militar e armas proporcionais ao seu tamanho, mandadas fazer pelo pai, Luís perfilava com este traje diante das tropas formadas pelos famosos tercios, como eram conhecidos os soldados da melhor infantaria da Europa.

Certa vez, ao disparar seu pequeno arcabuz, Luís feriu o rosto. Em outra ocasião, quando todos descansavam, ele conseguiu acender um pequeno canhão. Mas o coice dado pela arma com o tiro derrubou-o, deixando todo o acampamento em polvorosa.

"Filho de soldados e aristocratas, [Luís] será um conquistador do divino. Nem a doce condição de seu caráter, nem sua piedade profunda, podem dissimular os brios da belicosidade ancestral. [...] São límpidos seus olhos, pura sua fronte, doce seu sorriso; mas sua boca se vinca com um gesto enérgico, seu queixo é firme, e suas sobrancelhas revelam audácia e firmeza. [...] vivia em companhia dos tercios, imitava seu passo marcial, ouvia seus jargões e interjeições, e às vezes as repetia com toda ingenuidade e candura".3

Por não compreender as palavras chulas e muito livres dos soldados, Luís as repetia. Foi preciso que seu preceptor o censurasse, explicando-lhe o sentido delas, e dizendo que nunca deveriam ser proferidas por lábios puros.

Pequena falta contra o primeiro Mandamento

Até o fim de sua vida o santo confessou-se de uma falta, dizendo que fora o maior pecado de sua vida. Por quê? Comenta o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira: "Uma hipótese para isso é esta: acusava-se de ter notado que essas eram palavras vulgares, mas sem lhes conhecer o sentido sórdido ou imoral. Mas, como as palavras eram vulgares, pronunciando-as aderiu de algum modo ao estado de espírito trivial da soldadesca. Embora não tivesse cometido um pecado contra a castidade, teria cometido uma falta

(continua)

LEGENDAS:
- São Luís com dois anos de idade.
- Dom Ferrante de Gonzaga, marquês de Castiglione, pai de São Luís.
- Da. Marta de Gonzaga, marquesa de Castiglione, mãe do santo.