(continuação)
e entretenimento. Diversões, festas e jogos em demasia... decepção, desespero, suicídio!
E não adianta dizer que os suicídios atingem jovens das classes baixas ou com menos oportunidades na vida. O artigo mencionado demonstra que jovens considerados de elite, como estudantes de medicina, pertencem também às estatísticas de suicídio. E não nos esqueçamos do grande número de viciados em drogas entre a juventude das classes mais altas.
Revela-se aqui uma das maiores causas do suicídio juvenil: a hipertrofia dos prazeres — incentivada pela grande mídia e pela pedagogia moderna, como o ensino da chamada Ideologia de Gênero —, que além de rejeitarem e negarem a ideia do sofrimento e, por conseguinte, do pecado, criam um circuito de ilusões na mente dos jovens. O pecado leva a outro pecado, e como consequência surge o fantasma dos problemas de consciência, sofrimento interior... suicídio!
A admirável lição de Santa Teresinha
O que fazer diante dessa constatação? Talvez uma rápida lição de santidade deite um pouco de luz nessas sombras.
Abro a famosa História de uma Alma, autobiografia de Santa Teresinha do Menino Jesus, e leio o seguinte trecho sobre sua juventude: “Tudo, ao redor de mim, era alegria e felicidade; eu era festejada, acariciada, admirada, numa palavra, [...] minha vida foi semeada só de flores... Confesso que esta vida tinha encantos para mim” 3.
A “pequena santa” de Lisieux reconhece os atrativos e os prazeres da juventude. Mas logo adiante — algo negado à juventude moderna — vem a reflexão serena e coerente: “Aos dez anos o coração deixa-se facilmente fascinar, por isso considero uma grande graça não ter ficado em Alençon; os amigos que tínhamos aí eram muito mundanos, [...] Não pensavam bastante na morte e, no entanto, a morte veio visitar um grande número de pessoas jovens, ricas e felizes, que conheci!!!”.
Eis aí uma lição a ser ensinada aos jovens de hoje. Os momentos de felicidade são transitórios e muitas vezes ilusórios. A vida não se constitui só de prazeres. E estes devem ser moderados e regulados segundo a moral. É necessário ter diante de si as dificuldades e os sofrimentos de todos os dias. Saber enfrentá-los reverte-se em eficaz remédio contra a frustração, o desespero, e, por fim, o suicídio.
NOTAS: 1.http://www.jornaldebrasilia.com.br/cidades/pmdf-impede-suicidio-de-quatro-adolescentes-que-participavam-do-baleia-azul/ 2. https://www.bbc.com/portuguese/brasil-39672513 3. Manuscritos autobiográficos, 2ª edição, Cotia – SP, 1960, p. 100.
LEGENDA:
- Santa Teresinha com 8 anos de idade.
FOTO EM FOCO
Desfile militar em Lourdes
Texto Adolpho Lindenberg / Foto Sérgio Bidueira
Esta magnífica procissão militar em Lourdes constitui surpreendente libelo contra a Europa Unida. Ao longo de um milênio, a Cristandade deu origem a um mosaico de povos diferenciados, cada um dos quais com cultura e hábitos próprios, verdadeiros símbolos de determinadas perfeições divinas.
Na Alemanha imperial havia mais de duas centenas de estados semi-independentes, refletindo cada um deles uma nota da alma alemã. Em seus escritos e conferências, Plinio Corrêa de Oliveira sempre enalteceu o regionalismo europeu como sendo uma bênção, uma luz primaveril que ilumina e confere esplendor ao universo cristão.
A cena que temos diante dos olhos (desfile do Batalhão de Guardas de Honra das Forças Armadas da Croácia, no último mês de maio, junto ao Santuário de Lourdes na França) exemplifica adequadamente essa cosmovisão: a Croácia — esse pequeno e esquecido país, que sobressai pela fidelidade de seu povo à Igreja Católica, sendo essa, talvez, a razão de não figurar entre as nações citadas nos programas socioculturais da ONU e da União Europeia — revela sua alma de modo esplêndido no porte austero, viril, dir-se-ia aristocrático, desses soldados. Seus dólmãs e belíssimos emblemas são cópias de outros exércitos, ou pelo menos se lhes assemelham? Absolutamente não. São tão originais, revelam tal combatividade contida — traço indispensável em cada parada —, tal grandeza, que não seria exagero afirmar que superam as vistosas fardas prussianas dos tempos do Kaiser. E não só essas, mas também as da Guarda Real inglesa.