INFORMATIVO RURAL
Safra recorde de 2017: 242,1 milhões de toneladas
Os produtores rurais continuam surpreendendo. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) voltou a elevar sua previsão de recorde para a safra agrícola de 2017. Em agosto, o órgão havia previsto a produção de 242,1 milhões de toneladas, um aumento de 31,1% em relação ao ano anterior. Os produtores brasileiros semearam 61,1 milhões de hectares na safra agrícola de 2017, 7,1% a mais do que em 2016, cuja área somou 57,1 milhões de hectares.
E São Pedro abençoou o esforço dos agropecuaristas. Além de garantir os alimentos, segurou a inflação e nos três primeiros meses de 2017 a safra recorde tirou a economia de um ciclo de oito trimestres seguidos de queda, enquanto a indústria cresceu abaixo do esperado e os serviços ficaram estagnados. O PIB da agropecuária cresceu 13,4% no primeiro trimestre, sua maior alta em mais de 20 anos.
Pressão e ingerência
Patrocinados pelo governo da Noruega, agitadores tribalistas e ONGs esquerdistas tentam se imiscuir na vida do Brasil. Uma Iniciativa Inter-religiosa da Floresta Tropical, promovida pelo Ministério do Clima e Ambiente desse país, reuniu em Oslo líderes de diversas crenças e povos, como os pigmeus africanos e etnias indígenas sul-americanas.
O inédito encontro se inseriu numa longa série de ingerências de governos e ONGs internacionais no Brasil e em outros países. O governo norueguês vai cortar em 2017 pelo menos 50% de suas doações ao Fundo Amazônia, gerido pelo BNDES, aduzindo o aumento no desmatamento nos últimos dois anos.
Segundo a “Folha de S. Paulo”, Sônia Guajajara (no círculo, na foto inferior), coordenadora da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), achou que a iniciativa não foi radical. Ela aguardava um intervencionismo mais extremado e especificamente político, voltado contra as tendências conservadores no País, de modo especial no Congresso Nacional. Em discurso no Centro Nobel da Paz, ela atacou a atuação das igrejas cristãs nas aldeias brasileiras e a aliança no Congresso das bancadas evangélica e ruralista, contrárias a mais demarcações de terras. Desta maneira, o destino soberano do Brasil ficou no centro das críticas de poderes e militâncias ricas estrangeiras associadas ao comuno-tribalismo brasileiro.
Proteção exagerada e onerosa
Segundo o Dr. Evaristo de Miranda, da Embrapa, o Brasil se destaca na preservação ambiental com mais de 66% de seu território coberto por vegetação nativa. Esse número sobe para quase 75% se estiverem incluídas as áreas de pasto nativo do Pantanal, Pampa, Caatinga e Savana. Toda a produção de grãos (milho, arroz, soja, feijão), fibra (algodão, celulose) e agroenergia (cana-de-açúcar, florestas de energia) ocupa apenas 9% do território brasileiro. Os produtores rurais destinam mais áreas à preservação da vegetação nativa em suas propriedades (20,5% do território brasileiro) do que todas as unidades de conservação juntas (13%).
Esses dados da Embrapa resultam, principalmente, de informações do Cadastro Ambiental Rural (CAR), criado pelo Código Florestal, que acaba de completar cinco anos. Mais de 4,1 milhões de propriedades rurais, totalizando mais de 410 milhões de hectares, foram registradas no Serviço Florestal Brasileiro até maio de 2017.
Os agricultores detalharam em mapas, com base em imagens de satélite, o uso de ocupação da terra, conforme previsto pelo Código Florestal. Em uma comparação com a Declaração de Imposto de Renda, é como se o contribuinte precisasse descrever, na planta de sua casa, como cada peça do mobiliário está disposta e qual o uso de cada cômodo. Na Amazônia, por exemplo, o contribuinte terá de mostrar que 80% da propriedade não estão em uso, e foram separados como reserva legal. E também que ele conserva e paga impostos por todas as áreas, inclusive a porção de 80% cujo uso está proibido.
(continua)
Legendas: - Harald V, rei da Noruega, com indígenas no Brasil (Fotos: Rainforest Foundation Norway).