P.22-23

(continuação)

O que mais consterna a nós, católicos, é considerar que tal exposição ocorreu com o ostensivo apoio do cardeal-arcebispo de Nova York, Timothy Dolan, que esteve presente na abertura da exposição e declarou: "No imaginário católico, a verdade, a bondade e a beleza de Deus são refletidas em todo o lugar, mesmo na moda. [...] É por isso que amamos e servimos os pobres para fazer o bem, e é por isso que gostamos de arte, poesia, música, literatura, e até mesmo de moda, para agradecer a Deus pelo presente da beleza. O mundo é atingido por sua glória e presença. É por isso que estou aqui. É por isso que a Igreja está aqui."6

Também o escandaloso sacerdote jesuíta norte-americano James Martin, ferrenho defensor do lobby homossexual, pronunciou-se a respeito do evento: "Eu amo o seu traje" e "Eu amo que você se vestiu como um padre sensual."7

Cabe lembrar — e lamentar — que tais profanações só ocorreram porque o Vaticano cedeu os paramentos, muitos dos quais históricos, verdadeiras relíquias. Não cuidaram as autoridades de indagar sobre o uso que seria feito deles? Se sabiam, como explicar que o tenham autorizado? Tampouco nos consta a existência de veementes manifestações de desacordo do clero com tais blasfêmias e sacrilégios. Terrível omissão diante de algo tão grave.

É inaceitável ver as santíssimas imagens de Jesus e de Maria usadas de forma vil e indecente. Quanto nos entristece assistir à conspurcação de tantas relíquias.

A permissão para tamanha ofensa a Deus, à Santíssima Virgem e à Igreja Católica nos coloca diante destas interrogações: Pastores de Cristo, aonde ides? Para qual direção estais conduzindo a Santa Igreja, Esposa de Cristo? Por que não A defendeis, como é vosso dever e vossa obrigação? 

Notas:

1. https://www.metmuseum.org/exhibitions/listings/2018/heavenly-bodies

2.https://pagesix.com/2018/05/07/catholic-themed-met-gala-includes-bondage-mask-with-crosses/

3.https://www.lifesitenews.com/news/catholics-outraged-over-new-york-fashion-show-blaspheming-blessed-mother-po

4. Idem

5. Idem

6. Idem

7. Idem

LEGENDA:
- Muitas cruzes, e nem sequer um "Coração atravessado por sete espadas", símbolo de Nossa Senhora das Dores, foram poupados na noite blasfema e sacrílega.


VERDADES ESQUECIDAS

Misericórdia, quantos crimes se cometem em teu nome!

Sergio Bertoli

Certas mentalidades profundamente imbuídas de liberalismo e de relativismo pretendem que a religião d'Aquele que é a misericórdia infinita não deveria incluir em seus ensinamentos qualquer espécie de ameaça com penas futuras e castigos eternos. Não se sabe de que cartola eles tiraram essa convicção. Bem entendido, não se deve fazer do medo das penas futuras o único instrumento para incentivar a virtude. Mas é extremamente nocivo às almas cair no lado oposto, pois "o temor de Deus é o começo da sabedoria" (Sl 110, 10).

Além das inúmeras vezes em que o Antigo Testamento trata do assunto, Nosso Senhor Jesus Cristo e os Apóstolos falam claramente dos castigos que terão na vida futura os que morrerem fora da graça de Deus, sem arrependimento nem pedido de perdão pelos seus pecados. Por exemplo: "Virão muitos do Oriente e do Ocidente, e que se sentarão com Abraão, Isaac e Jacó no reino dos céus, enquanto os filhos do reino serão lançados nas trevas exteriores; ali haverá choro e ranger de dentes" (Mt 8, 11-12). Ou seja, haverá "filhos do reino" que, por não corresponderem à graça, serão lançados no inferno.

Ensina também São Paulo: "Jesus (descerá) em uma chama de fogo, para tomar vingança daqueles que não conheceram a Deus, e que não obedecem ao Evangelho, [...] os quais serão punidos com a perdição eterna, longe da face do Senhor e da glória do seu poder" (2 Tes. 1, 3-10).

São Bento colocou no início da Regra da Ordem Beneditina a seguinte exortação: "Vinde, meus filhos, ouvi-me, eu vos ensinarei o temor do Senhor".

Santo Afonso Maria de Ligório, em seu livro Glórias de Maria Santíssima, conta que em 1611, na vigília de Pentecostes, inúmeras pessoas compareceram ao célebre santuário de Montevergine, na Itália, e o profanaram com bailes, embriaguez e imoralidades. A construção, que era de madeira, repentinamente começou a pegar fogo. Em menos de uma hora e meia tudo se transformou em cinzas. Segundo Santo Afonso, mais de 400 pessoas morreram, apenas cinco sobreviveram. Estas cinco depuseram sob juramento que viram a Mãe de Deus — a Mãe terníssima, a Mãe de misericórdia — com duas tochas acesas, pondo fogo no edifício.

A edição espanhola do referido livro,

Página seguinte

Legenda:
- Santo Afonso Maria de Ligório