O Legionário tomou atitudes muito polêmicas contra o comunismo e o nazifascismo, como também contra a penetração do progressismo que despontava sob a forma de liturgicismo e Ação Católica

(continuação)

Reino de Cristo na sociedade moderna" (Legionário, 23/janeiro/1944).

Sob o título Juventude Estudantina Católica, o Legionário publicou artigo sobre a formação dos jovens na A.C., analisando a Encíclica Humanum Genus. Num dos parágrafos do artigo consta:

"Houve uma grande tentativa de infiltração dos maçons na A.C. em vários países do mundo. O fim de tal infiltração é conquistar a direção dos movimentos do laicato, para impedir que a hierarquia consiga se utilizar dos leigos para a reconquista da sociedade para Deus. Vão mais longe em sua audácia: empreendem a tentativa de transformar a A.C. num grande movimento heterodoxo e cismático, como realmente o conseguiram em mais de um lugar. Cf. E.D.A.C., Dr. Plinio Corrêa de Oliveira" (Legionário, 4/maio/1944).

Dom José Maurício da Rocha, Bispo de Bragança Paulista (SP):

"O senhor, com o seu livro, prestou inestimável serviço à A.C., e consequentemente à Santa Igreja, dada a ligação existente entre uma e outra. Já era tempo de serem rebatidos com clareza e documentação, como o foram no seu livro, os graves erros que, sem culpa dela, se estavam introduzindo no conceito da A.C., deturpando-lhe a finalidade" (Legionário, 30/julho/1944).

Dom Geraldo de Proença Sigaud, S.V.D., Bispo de Jacarezinho, escreveu em seu artigo A Encíclica Mediator Dei e um pouco de história da Igreja no Brasil:

"É para nós uma grande consolação lembrar neste momento o livro magistral do Diretor do Legionário, Dr. Plinio Corrêa de Oliveira: E.D.A.C. [...] Esse livro foi um brado de alarme e um cautério. Brado de alarme impediu que milhares de fiéis se entregassem em sua boa-fé aos erros e desmandos do liturgicismo que avançava como uma onda avassaladora. Ao ressoar nos quatro cantos do Brasil o grito de alarme, os fiéis olharam para seus Pastores, que de há muito estavam de atalaia e se preocupavam com o problema que até então escapara à atenção das ovelhas. Era o momento oportuno: a aprovação calorosa de dezenas de Bispos, a fazer eco à aprovação do Senhor Núncio Apostólico, veio dizer aos fiéis que o brado de um leigo de São Paulo era o eco fiel de suas próprias apreensões. [...] Num trabalho caridoso de Bom Samaritano, numa caridade eficiente de leigo para com leigos, o livro abriu os olhos a muitos fiéis já envoltos nas ondas do liturgicismo e os reconduziu ao caminho que a Igreja aponta como o certo e tradicional" (Legionário, 28/dezembro/1947).

Diácono Cadi Lopes de Faria:

"Dr. Plinio, V. Excia. está de parabéns! [...] Como o Pai do Céu é bom! Como Nosso Senhor Jesus Cristo defende as instituições da Santa Igreja! [...] O magnífico livro de V. Excia. saiu na hora mais necessária. E.D.A.C. é admirável. Agora, pode-se ver quem tem boa vontade e quer seguir fielmente a ordem da Santa Igreja na doutrina sadia. Parabéns, Dr. Plinio! Em minha fosca visão de estudante sem experiência, já via um pouco que era necessário um grito de alarma. Graças ao Pai do Céu, esse brado de alerta reboou nos planaltos bandeirantes. Graças ao Coração S.S. de Jesus e à Mãe do Céu. O volume que tenho em mãos não é meu; porém, o E.D.A.C. há de estar em minha biblioteca particular" (Legionário, 25/julho/1943).

Ideologias condenadas pela Igreja, como o nazi-fascismo e o comunismo, tinham livre trânsito na Ação Católica

Quando se fala hoje em A.C., pode ficar a impressão, para pessoas pouco familiarizadas com o assunto, de atividades dedicadas exclusivamente a temas religiosos, sem vinculação com os campos político, econômico, artístico etc. — problemas de sacristia, sem interesse para a sociedade. Seria esta uma visão muito tacanha da realidade, pois a formação religiosa exerce influência profunda em todos os aspectos da vida. Basta ver que alguns dos grandes problemas brasileiros, no passado e no presente, surgiram e se mantêm em consequência de doutrinas errôneas forjadas ou divulgadas em ambientes religiosos. "Teologia da Libertação" e comunismo, por exemplo, foram amplamente cultivados em arraiais da A.C., e ambos podem ser vistos no Brasil como duas faces da mesma moeda. Bem o mostram alguns textos extraídos do Legionário.

Dom Antônio de Castro Mayer, no artigo Formação, aponta o dedo para essa chaga de uma doença que se alastrava:

"Quanto católico não há aí que pensa poder aliar seu catolicismo, que lhe parece ardente, com simpatias ao nazismo e, mesmo ultimamente, ao comunismo? Diremos que esta formação católica é perfeita? Em absoluto. No entanto, trata-se de pessoas que conhecem a fundo a doutrina católica, que vivem catolicamente, às quais não se necessita estar recordando os rigores das penas eternas para levá-las à prática dos mandamentos. [...] Esta formação, porém, continua a ser exterior, meramente negativa" (Legionário, 23/maio/1943).

Uma carta do Revmo. Pe. Angelo Scafati S.S.S. faz distinções a respeito de extrema- direita e extrema-esquerda:

"Eu quis analisar bem seu ótimo livro E.D.A.C. antes de lhe escrever minha palavra de elogio. [...] Era necessário, Dr. Plinio, era necessário, nesta hora, nestes tempos de grande confusão de ideias, dizer uma palavra clara e firme para [...] reprovar a extrema direita e a extrema esquerda nas afirmações da A.C., como o próprio S. Padre Pio XII fez no dia de S. Pedro. Com seu livro esclarecedor e paladino entusiasta do Sentire cum Ecclesia, penso que abierunt in confusionem fabricatores errorum [os fautores de erros foram postos em confusão] (Isaías 45, 16)" (Legionário, 22/agosto/1943).

Um livro com base doutrinária amplamente confirmada

O Legionário transcreveu alguns conceitos emitidos pelo Revmo. Pe. Astério Pascoal no jornal Ave Maria, da Congregação Cordimariana:

"A lógica do autor é irretorquível. Inicia a defesa da A.C. pela exposição clara e serena dessa monumental obra, cuja metodização se deve ao espírito clarividente do falecido Pio XI. Esmiúça e destrincha a essência, as bases, a significação de cada elemento constitutivo, à luz dos documentos pontifícios e guiado pela doutrinação de inúmeras obras consultadas, para estabelecer com firmeza de raciocínio irrefutável a verdadeira natureza da A.C. [...] Percebe-se vibrar naqueles ideais e naquelas observações a alma dum combatente interessado por completo, não na própria defesa, senão na defesa da causa que tem entre mãos: a perfeita organização e o magnífico

LEGENDA:
Alceu Amoroso Lima, antes de sua mudança de orientação, dava apoio ao Legionário. Na foto, ele aparece [círculo] à direita de Plinio Corrêa de Oliveira.