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Internacional Ecumênico de Teologia. O tema geral foi "Eclesiologia das comunidades eclesiais de base" .
O Instituto se localiza em área de 700 mil metros quadrados, que esteve cercada do maior sigilo, com forte esquema de segurança. Podiam entrar apenas pessoas previamente cadastradas: mais de 160 bispos, padres, freiras, sociólogos, economistas, agentes de pastoral, membros das Comunidades de Base e pastores protestantes de 42 nações.
As reuniões transcorriam ali durante o dia, e à noite havia no Teatro da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC) encontros para clérigos, leigos das Comunidades Eclesiais de Base e alguns outros "engajados" dos movimentos ditos "sociais". Na noite de 28 de fevereiro de 1980, especialmente dedicada à Revolução Sandinista da Nicarágua, os sandinistas e seus apoiadores pronunciaram discursos com fortes incitamentos à luta guerrilheira no Brasil e em toda a América Latina.
A tônica dos conferencistas nas sessões noturnas da PUC indicava que a revolução nicaraguense deveria constituir um modelo para o Brasil e os demais países da América Latina, uma "nova experiência" a ser aplicada em outras nações. E a manchete de capa de "O São Paulo", semanário da Arquidiocese (7 a 13 de março de 1980), era reveladora de todo um programa: "Nicarágua é apenas um começo".
É bom lembrar que o atual presidiário Lula esteve na Nicarágua juntamente com Fidel Castro e outros próceres marxistas, para comemorarem o êxito da Revolução Sandinista. Na ocasião, ele afirmou que a única alternativa para os trabalhadores era "a luta contra a burguesia nacional e multinacional". E Fidel Castro, reunido na capital nicaraguense com religiosos progressistas, declarou: "O perfeito comunista deve ser antes de tudo marxista e cristão". Para obter a infiltração comunista na Igreja, o ditador barbudo embaralhava cristianismo com sandinismo. E José Dirceu declarou ter ouvido desse mesmo ditador que, caso ele tivesse conhecido antes a "teologia da libertação", teria evitado vários erros...
Naquela noite sandinista de 28-2-80, após homenagens a revolucionários sandinistas e ao regime comunista cubano, discursou o próprio Daniel Ortega, então membro da Junta de Governo da Nicarágua, exaltando "a revolução cubana heroica e magnífica com Fidel Castro à frente".4 Na mesma linha discursaram: Frei Betto, secretário-executivo do Congresso (o mesmo que morou dois anos na casa de Lula, para doutriná-lo); Frei Uriel Molina, O.F.M., pároco em Manágua, conhecido como "capelão dos sandinistas"; e o Padre Miguel D'Escoto, então Ministro das Relações Exteriores da Nicarágua [todos na foto acima]. Esses clérigos insistiram na ideia de que o ensaio que fizeram naquele país poderia servir para o Brasil e nações vizinhas. Ou seja, deveriam rumar para um novo tipo de marxismo gestado nas sacristias da "esquerda católica".
No dia 1º de março daquele ano, o então Cardeal-Arcebispo de São Paulo, D. Paulo Evaristo Arns, na qualidade de presidente-honorário do IV Congresso Internacional Ecumênico de Teologia, fez o encerramento do ciclo de conferências no teatro da PUC. Afirmou que os planos traçados no congresso estavam apenas começando: "Chega de teologia e vamos à prática: onde estão os grupos que vão para a Nicarágua, para aprender? Eu respondo: sei que, em São Paulo, há grupos se preparando e de malas prontas para partir. Até com a permissão do Arcebispo de São Paulo [...] Não é noite. Estamos na aurora... Vamos agradecer aos mártires aqui na América Latina e no Brasil. Eu recordaria aqui os mártires posseiros e os
LEGENDA:
- Padres, freiras e militantes das Comunidades de Base constituíram a maioria da assistência que compareceu à "Noite Sandinista" na PUC.
- De punho cerrado (saudação comunista), Daniel Ortega, sob os aplausos de Frei Uriel Molina (primeiro à esq.), Frei Betto (do lado esq. de Ortega) e o Padre Miguel D'Escoto (à dir.).