| REPARAÇÃO | (continuação)
Essa paródia parece ilustrar a doutrina do Papa sobre a Santíssima Virgem Maria. Com efeito, há declarações dele sobre Maria Santíssima que contradizem tudo o que veneramos e encontramos nos Evangelhos, na Tradição e no Magistério da Igreja, bem como no sentimento dos fiéis. Recentemente assinalou que Maria “não nasceu santa”, negando implicitamente o dogma da Imaculada Conceição.4 Suas concepções sobre Nossa Senhora estão resumidas em seu livro-entrevista, ao jornal italiano “Corriere della Sera”:
“[Uma] jovem normal, uma jovem de hoje... normal, normalmente educada, disposta a se casar, a ter uma família. [...] Logo depois de conceber a Jesus, [ela] era ainda uma mulher normal. [...] Nada foi excepcional em sua vida, [ela era] uma mãe normal: inclusive em seu matrimônio virginal, casta nesse sinal de virgindade, Maria era normal. Ela trabalhou, fez compras, ajudou a seu Filho, e auxiliou seu esposo. Normal”.5
Bem o contrário de tudo isso é o que nos diz o Papa Pio XII, de saudosa memória, na encíclica Ad Cœli Reginam, de 11 de outubro de 1954, na qual estabelece a festa da Realeza da Santíssima Virgem Maria:
“Desde os primeiros tempos os cristãos creram, e não sem razão, que Ela, de quem nasceu o Filho do Altíssimo, recebeu privilégios de graça sobre todos os demais seres criados por Deus. [...] E quando os cristãos refletiram sobre a conexão íntima que existe entre uma mãe e um filho, reconheceram facilmente a suprema dignidade real da Mãe de Deus”.6
Nada é mais caro ao coração católico do que a honra da Mãe de Deus, a Amada Filha do Padre Eterno, a Admirável Mãe do Filho de Deus, e a Esposa Fidelíssima do Espírito Santo. O fato de o Papa Francisco tratar de maneira simplista e confusa os temas mais delicados e complexos não elimina, antes aumenta o dano que suas declarações fazem às almas, como as que se referem a Nossa Senhora. Sua maneira confusa, improvisada e contraditória de falar é incompatível com o ensinamento verdadeiro, claro e lógico da Igreja, e com a missão do Papa de confirmar os irmãos na Fé.7
Ao expressar a nossa indignação pela ofensa feita à Virgem Maria, nossa Mãe Santíssima, nessa paródia teatral da Anunciação e de Pentecostes, apresentada diante do Sumo Pontífice e com o apoio dele, sugerimos a todos os leitores que façam atos de reparação por esse evento.
Notas:
1. “O sacrilégio é, em geral, a violação ou o tratamento injurioso de um objeto sagrado. Num sentido menos apropriado, qualquer transgressão contra a virtude da religião seria um sacrilégio”. – J. Delany, s.v. “Sacrilege”, The Catholic Encyclopedia, (New York: Robert Appleton Company, 1912). http://www.newadvent.org/cathen/13321a.htm.
2. YouTube: https://www.youtube.com/watch?v=PqMAmHuufLI (9:33 minutos do vídeo).
3. Papa Francesco: “La Chiesa è popolo, l’élite il peccato”, “Corriere della Sera”, 7-10-18, https://www.corriere.it/cronache/18_ottobre_07/papa-francesco-chiesa-popolo-elite-peccato-2ab8a8ce-ca64-11e8-8417-701d201b7018.shtml. Ver também, Luiz Sérgio Solimeo, “Papa Francisco: o ‘pecado da elite’ e a nova mariologia igualitária” http://www.abim.inf.br/a-nova-mariologia-igualitaria-do-papa-francisco/#.XF7eV1xKiUk
4. No dia 21-12-18, o Papa Francisco declara aos empregados do Vaticano: “Então, quem está feliz no presépio? Nossa Senhora e São José estão cheios de júbilo: olham para o Menino Jesus e sentem-se felizes porque, depois de numerosas preocupações, acolheram esta Prenda de Deus, com tanta fé e tanto amor. ‘Transbordam’ de santidade e, por conseguinte, de alegria. E vós me direis: claro! São Nossa Senhora e São José! Sim, mas não pensemos que foi fácil para eles: não nascemos santos, tornamo-nos, e isto é válido também para eles”.
http://w2.vatican.va/content/francesco/es/speeches/2018/december/documents/papa-francesco_20181221_dipendenti-vaticani.html.
5. Papa Francesco: “La Chiesa è popolo, l’élite il peccato,” Corriere della Sera, Oct. 7, 2018, https://www.corriere.it/cronache/18_ottobre_07/papa-francesco-chiesa-popolo-elite-peccato-2ab8a8ce-ca64-11e8-8417-701d201b7018.shtml. Ver também, Luiz Sérgio Solimeo, artigo citado.
6. Pio XII, Encíclica Sobre a Realeza da Santíssima Virgem Maria, nº 8, http://w2.vatican.va/content/pius-xii/es/encyclicals/documents/hf_p-xii_enc_11101954_ad-caeli-reginam.html.
7. “Confirma teus irmãos na fé” (Lc 22, 32).
No final da apresentação o Papa aplaudiu e deu sua aprovação.
Pela leitura da matéria precedente [vide p. 14], nossos leitores podem tomar conhecimento detalhado de uma representação sacrílega que, durante a recente Jornada Mundial da Juventude, no Panamá, parodiou a Anunciação do Anjo e Encarnação do Verbo de Deus no seio puríssimo da Santíssima Virgem. Tudo foi encenado diante do Papa Francisco, que no final sorriu e fez sinal de aprovação.
Em desagravo por essa gravíssima ofensa a Nossa Senhora, oferecemos aos leitores as considerações contidas nas páginas seguintes, extraídas de uma conferência do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira em 23 de março de 1979 — na véspera, portanto, do dia em que a Santa Igreja celebra a Anunciação. Esta magnífica descrição da grandeza de que se revestiu a Anunciação contém os elementos para compararmos e entendermos a abominação do que foi representado diante do Papa Francisco no Panamá.
Além de ligeiras adaptações da linguagem falada para a escrita, sem revisão do autor, suprimimos alguns trechos e inserimos os subtítulos.
Anunciação – Anônimo, arte gótico bohêmio, 1350. National Gallery, Praga.