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|CAPA| (continuação)

nisto se completam, pois o IDO-C visa as massas católicas, sobre as quais age pelos meios mais adequados, isto é, como dissemos, livros, revistas, jornais, televisão, rádio, conferências etc; os “grupos proféticos”, pelo contrário, visam os mil ambientes-chave que dirigem o movimento católico. E para tanto esses grupos usam principalmente a propaganda oral discreta; a cargo, como é óbvio, de agitadores perfeitamente destros e bem colocados.

Em suma, os “grupos proféticos” e o IDO-C se entreajudam e se completam no que têm de análogo e de diverso: como os dedos de uma mesma mão, ou os tentáculos de um mesmo polvo.

Em face da agitação progressista na América Latina

É natural que o leitor, chegando a esta conclusão, se pergunte que relação há entre o IDO-C e os “grupos proféticos”, de uma parte; e de outra o progressismo embebido de comunismo, que impregna tanto o nosso ambiente. Contra este, aliás, quase dois milhões de pessoas pediram providências a Paulo VI, no abaixo-assinado mais impressionante de nossos dias, promovido por iniciativa das TFPs (Tradição, Família e Propriedade) do Brasil, da Argentina, do Chile e do Uruguai.

Não há espaço, neste número de Catolicismo, para aprofundar questão de atualidade tão flagrante. Para elucidar o assunto, pelo menos em alguma medida, é interessante um confronto entre o que os artigos de Approaches e Ecclesia nos revelam sobre as metas do IDO-C e dos “grupos proféticos”, de um lado, e de outro cada uma das reivindicações apresentadas pela agitação progressista. Não há desideratum do progressismo que não redunde em favorecer a desalienação, a qual é, por sua vez, o sentido profundo da transformação que o polvo instalado na Igreja quer impor.

Oferecemos disto um exemplo palpável, ao fácil alcance do leitor. Releia ele o monumento de progressismo que é o famoso documento do Pe. Comblin, e as críticas que lhe fez o autor deste artigo, como Presidente do Conselho Nacional da TFP brasileira, em carta aberta ao Sr. Arcebispo D. Helder Câmara (vide Catolicismo, nº 211, julho/1968).3 As analogias entre as doutrinas do polvo semi-secreto e as do Pe. Comblin saltam aos olhos.

Sem alargar mais o quadro relativo ao Brasil, e lembrando fatos muito notórios dos últimos anos, propomos ainda que o leitor relacione com o que publicamos hoje, sobre o IDO-C e os “grupos proféticos”, o que os jornais nos contam dia a dia sobre a verdadeira onda de agitação progressista que vem sacudindo o mundo.

Três perguntas dramáticas

Dado que, de uma parte, na Europa e na América do Norte lavra um incêndio ideológico ateado pelo IDO-C e pelos “grupos proféticos”; e dado que, de outra parte, análogo incêndio se alastra por toda a América Latina, na qual também estão presentes tentáculos do IDO-C e presumivelmente do “movimento profético”, não se pode deixar de levantar três questões de importância absolutamente fundamental para as nações do continente ibero-americano:

• O IDO-C e os “grupos proféticos” têm alguma responsabilidade por esse incêndio religioso que vai tomando proporções apocalípticas?

• Além do IDO-C e dos “grupos proféticos”, haverá outros organismos empenhados na mesma faina?

• Dado que o comunismo lucra com esse incêndio religioso, obviamente e em larguíssima escala, como também com a atuação do IDO-C e dos “grupos proféticos” — e dado que, dentre as atuações favoráveis ao comunismo, algumas são diretamente suscitadas, guiadas e estipendiadas por ele, e outras são por ele ajudadas, aconselhadas, e por fim infiltradas e dirigidas — até que ponto o incêndio religioso na América Latina (e no orbe católico inteiro, poder-se-ia acrescentar) está sob o comando de Moscou e de Pequim?

Quem negasse a pertinência, a oportunidade e a gravidade evidentes destas questões atrairia inevitavelmente sobre si uma outra pergunta: não tem tal pessoa em vista evitar que o problema desperte a atenção geral, e seja objeto de incômodas investigações? Neste caso, não será ela um comparsa no jogo subversivo?

Nas atuais condições de nosso País, as três questões que formulamos equivalem a um apelo à vigilância, dirigido a toda a nação. A insurreição progressista está em pleno desenvolvimento diante de nossos olhos. Nosso povo é inteligente e perspicaz. Alertá-lo é dar-lhe um dos melhores meios para que se defenda. E é para que ele se defenda, que Catolicismo publica esta matéria. 

Notas:

1. A tradução do documento do Centro Internacional de Informação e Documentação encontra-se disponível no link: ../0220-221/P10-11.html

2. A tradução do documento publicado pela revista Ecclesia, disponível no link: ../0220-221/P14-15.html

3. ../0211/P01.html.

Dois estilos, duas mentalidades

O Cardeal Merry del Val foi o braço direito de São Pio X na luta contra os modernistas, precursores do progressismo. Modelo de sacralidade e alta compostura eclesiástica.

I.C.I. informa que este Bispo espanhol, Mons. Horlando Arce Moya, costuma dirigir uma orquestra de jazz em boates. Função bem pouco sacral, em que os “grupos proféticos” se regozijam de ver um Prelado.

Pe. José Comblin, um dos expoentes dos “grupos proféticos” em nosso País.

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