| DISCERNINDO... | (continuação)
oportunidade de interação, convívio com pessoas diferentes (na verdade, recorrem a termos tendenciosamente manipulados, como "diversidade", "socialização", "preconceitos", etc). Os pais que negam isso aos filhos são pejorativamente tachados de retrógrados, conservadores obtusos, religiosos fanáticos.
Nesse sentido, é reveladora a declaração de Telma Vinha, professora de Psicologia Educacional da Unicamp: "Se a família tem visões racistas ou preconceituosas, a escola tem que transformar esses valores em socialmente desejáveis. Cada família vai estar centrada nos seus valores e achar que são únicos, só que a gente tem que pensar que educa as pessoas para uma sociedade democrática, plural".2
A mensagem da professora não poderia ser mais tendenciosa: deve-se corrigir as famílias de seus "racismos" e "preconceitos", quer dizer, de seu posicionamento contra o homossexualismo ou contra a ideologia de gênero, por exemplo. E a escola se apresenta como o lugar ideal para libertar as crianças de tais ideias religiosas "radicais" e "discriminatórias" vindas dos pais...
Ainda mais ostensivamente contrária é a opinião da jornalista Renata Cafardo, num pequeno artigo para "O Estado de S. Paulo": "Com 45 milhões de estudantes nas escolas brasileiras, o governo de Jair Bolsonaro escolheu priorizar em seus primeiros cem dias o ensino em casa, praticado por cerca de 7 mil famílias".3
Note-se que o vozerio altissonante da esquerda em favor das minorias (sobretudo a autointitulada LGBT) aplaude qualquer iniciativa governamental que as favoreça, mas isso não vale para as minorias do home schooling, nas quais não reconhece o direito de existir.
Com esta comparação se percebe como a iniciativa da educação em casa tem causado dores de cabeça aos revolucionários de nossos dias.
Após a referida reunião no Congresso Nacional, em 12 de abril o Governo Federal apresentou projeto de lei para regulamentação do ensino domiciliar.4
É claro que os contrários esperam barrar essa iniciativa, para manterem como obrigatória para todas as crianças a escola que no entanto qualificam como "plural", "diversa" e "cidadã". Os campos estão bem delimitados, nessa batalha que não deve terminar tão cedo.
O ambiente distendido e alegre no Congresso Nacional, por ocasião do lançamento da Frente Parlamentar do Ensino Domiciliar, em nada diferia das multidões pacíficas, tipicamente brasileiras, que se aglomeraram nas principais cidades do País a partir de 2013. Pois os pais que se preocupam com os perigos da doutrinação esquerdista e a degradação moral nas escolas acompanham e apoiam também as incontáveis outras reações sadias da opinião pública nos últimos anos — manifestações firmes, serenas, contra o socialismo e a imoralidade, sem nada de agressões nem agitações.
Esse panorama trouxe-me a recordação de uma entrevista concedida por Plinio Corrêa de Oliveira ao Prof. Marcelo Lúcio Ottoni de Castro, na ocasião em que este preparava sua dissertação de mestrado em História.5 Quando o diálogo tratava do desequilíbrio de forças da Revolução e da Contra-Revolução, especificamente entre as décadas de 60 e 90 do século XX, o entrevistado deixou claro o que pensava:
"No desequilíbrio de forças, a da Contra-Revolução aumentou mais. Por quê? Porque a Revolução se tornou mais radical. E tornando-se mais radical, muita gente que era da chamada 'terra de ninguém', entre Revolução e Contra-Revolução, se assustou e voltou para trás. São os 'agredidos pela realidade'. Esses voltaram e acrescentaram em algo o círculo de influência da Contra-Revolução. Não ficaram propriamente contra-revolucionários, mas ampliou-se o círculo de influência da Contra-Revolução". A constatação acima se apresenta ainda mais verdadeira ao analisar os fenômenos de opinião pública ocorridos no Brasil recente. Nos 13 anos dos governos Lula-Dilma, aguçou-se uma reação veemente de grande parte dos brasileiros contra a cavalgata esquerdista. E aí está o fenômeno do "ensino domiciliar", a comprovar o fato. Assim cresce o círculo de influência da Contra-Revolução.
Notas
1. Cfr. https://www2.camara.leg. br/camaranoticias/noticias/ EDUCACAO-E-CULTURA/574441DEPUTADOS-DEFENDEM-EDUCACAO-DOMICILIAR-COM-CRIACAO-DEFRENTE-PARLAMENTAR.html
2. Cfr. https://www.huffpostbrasil.com/ entry/ensino-domiciliar-damares_br_ 5c65d2bee4b0aec93d3ce75f
3. Cfr. https://educacao.estadao.com. br/noticias/geral,ao-avancar-no-ensino-domiciliar-bolsonaro-prioriza-7-mil -em-vez-de-trabalhar-para-45-milhoes,70002788558
4. Cfr. https://educacao.estadao.com. br/noticias/geral,educacao-domiciliar-estara-condicionada-a-desempenho-preve-proposta-de-governo,70002787936
5. Cfr. https://www.pliniocorreadeoliveira.info/ENT_900308_potpourrideperguntasprofuniv.htm
Fabio Augusto Ferreira e Rodrigo da Costa Dias
O deputado federal Eduardo Bolsonaro, juntamente com o Cel. Paes de Lira, ex-comandante metropolitano da PM de São Paulo e atual presidente da Associação Brasileira Pela Legítima Defesa, foram os convidados do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira para uma conferência no dia 9 de maio passado. O tema: "A Revolução Cultural, o Governo Bolsonaro e a Legítima Defesa". O local: Clube Homs, na Avenida Paulista. O público: 700 convidados.
O Dr. Adolpho Lindenberg, presidente do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira, apresentou as boas-vindas aos conferencistas e aos presentes, entre os quais se destacavam o cônsul Bryan Chamberlain, dos EUA; a consulesa Zsuzsanna László, da Hungria; Dom Paulo León Hakimian, Exarca Apostólico Armênio da América Latina; o representante do Cel. Marcelo Vieira Salles, Comandante da PM de São Paulo; sete deputados estaduais que foram anunciados.
A conferência do Deputado Eduardo Bolsonaro abordou a revolução cultural a que foi submetido nosso País nas duas décadas recentes, especialmente pelo desarmamento da