| INTERNACIONAL | (continuação)
a hospitalidade chinesa, e até a comida chinesa. E ainda compôs um poema sobre o reatamento com Pequim".2
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Em artigo anterior para a "Folha de S. Paulo" (17-10-71), o Prof. Plinio havia advertido: "Com a já inevitável entrada da China vermelha no Conselho de Segurança da ONU, o poder norte-americano perde um ponto nesse supremo cenáculo da política mundial".3 E hoje temos diante dos olhos a confirmação, pois a entrada da China no Conselho de Segurança da ONU, ao lado da Rússia, é um poderoso trunfo, por exemplo, para vetar em nossos dias ações contra a Venezuela do ditador Maduro.
Estamos falando de fatos históricos. Em 1972, época da viagem de Nixon, o PIB da China era de apenas US$ 113,7 bilhões. Foi necessário um investimento gigantesco das potências ocidentais — do novo continente, da Europa, do Japão e de Taiwan, entre outras — além de enorme campanha midiática de desmobilização da opinião pública do mundo livre face ao comunismo, a qual é o fruto natural da détente. Portanto, a atual riqueza da China não é fruto (da aplicação) dos princípios comunistas, e sim de uma velhaca manobra de concessão, ou abertura, aos princípios capitalistas de livre iniciativa e propriedade privada. Ou seja, exatamente a aplicação daquilo que a doutrina comunista nega, combate e reprime. Dizemos intencionalmente concessão, porque o comunismo, sendo antinatural, é contrário ao direito de propriedade e à livre iniciativa.
Cumpriu-se assim a previsão de Plinio Corrêa de Oliveira, de que o desenvolvimento da China precisaria do "concurso de uma nação capitalista de grande importância". A História mostra que houve o concurso de várias nações capitalistas, inclusive do Brasil.
Este é o segredo da tão festejada segunda potência econômica mundial, que paradoxalmente é também a primeira em violação dos direitos humanos. Mas isto a mídia cúmplice não conta.
Notas:
1. https://veja.abril.com.br/mundo/xi-diz-a-mourao-que-china-e-brasil-devem-se-ver-como-oportunidade/
2. Íntegra do artigo em:
https://www.pliniocorreadeoliveira.info/FSP%2072-10-01%20Pesadelo.htm
3. Íntegra em:
https://www.pliniocorreadeoliveira.info/FSP%2071-10-17%20A%20burguesia.htm
Visita do premier nipônico Tanaka a Pequim. Na foto, cumprimentando Mao Tsé-Tung.
A catedral de Notre-Dame de Paris é sumamente emblemática, obra-prima e joia da Cristandade, lugar sagrado que pertence à História. Por isso sua perfeita restauração significa respeito à civilização, enquanto restaurá-la com traços modernos desfigura a própria civilização.
O atual governo francês tem colaborado para apagar a herança cultural e religiosa em toda a Europa, inclusive pelo favorecimento de maciça imigração islâmica. Dentro desse contexto o presidente Macron, após o incêndio de Notre-Dame, tem atuado para que a restauração não corresponda exatamente ao que ela sempre foi em seus 850 anos de existência, mas adquira conotações da arte contemporânea.
Em sentido oposto atua a TFP francesa, numa campanha para que a magnífica catedral seja restaurada exatamente como era, sem qualquer concessão à modernidade progressista, pois isso equivaleria à destruição de sua beleza sacral, como concebida na Idade Média, e portanto dos aspectos mais elevados de Notre-Dame que, à maneira de sua flecha destruída pelo incêndio, apontava para o Céu.
Sobre estas e outras questões, Catolicismo obteve uma entrevista exclusiva com Jean Goyard, da TFP francesa. Formado em Direito pela conceituada Université Panthéon Assas (Paris II), ele é encarregado de relações públicas da Société Française pour la Défense de la Tradition, Famille et Propriété (TFP) e da GEIE Européenne de Médias. Membro de Avenir de la Culture — entidade que age contra a "revolução cultural" na França e atua para disponibilizar aos jovens uma educação sadia — é também sócio de Droit de Naître, associação que promove campanhas em defesa da vida inocente e contra a prática do aborto. Como representante da TFP Francesa, nosso entrevistado tem atuado muito especialmente na campanha pela restauração "à l'identique" (como era antes) de Notre-Dame.
Catolicismo — A respeito do incêndio na bela catedral de Notre-Dame de Paris, agora com o fogo debelado e as cinzas abaixadas, como o senhor avalia o impacto dessa tragédia na opinião pública francesa?