AÇÃO CONTRA-REVOLUCIONÁRIA

Em defesa da soberania nacional na Amazônia

O Sínodo da Amazônia é um pretexto para mudanças radicais na Igreja.

Paulo Roberto Campos

Sacrificando as férias escolares, 44 jovens cooperadores do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira percorreram a Amazônia em uma caravana de quatro veículos. O objetivo era alertar a opinião pública para o risco representado pelo Sínodo da Amazônia, que reunirá cerca de 250 bispos em Roma no próximo mês de outubro. Os caravanistas coletaram adesões ao abaixo-assinado Por uma Amazônia cristã e próspera, dirigido aos eclesiásticos que participarão do Sínodo.

A agenda dessa assembleia episcopal, sob o título Amazônia: novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral, incide perigosamente sobre a soberania do Brasil e de outros países da região, despertando as mais graves apreensões. Contrariamente a isso, os aderentes do abaixo-assinado repudiam o projeto de internacionalização da Amazônia, visando evitar que ela se torne uma imensa favela verde dividida em guetos tribais.

Outro ponto importante é que o Sínodo pretende redefinir o ministério sacerdotal, ordenando índios casados e incluindo mulheres na celebração de liturgias exclusivas dos sacerdotes. Segundo muitos de tais participantes, não se deve mais catequizar e evangelizar os indígenas. Pelo contrário, propõem assimilar seus costumes selvagens e substituir a liturgia católica por seus rituais e cultos de caráter fetichista. Neste sentido, o Cardeal Gerhard Ludwig Müller denunciou: "Está despontando [com o Sínodo da Amazônia] uma visão ideológica que nada tem a ver com o Catolicismo. Esse Sínodo é um pretexto para mudar a Igreja, e o fato de ser realizado em Roma é para ressaltar o início de uma nova Igreja".

Durante a campanha, uma fanfarra dos caravanistas do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira executava hinos patrióticos e religiosos, para chamar a atenção dos que se encontravam no interior de suas casas, lojas, escritórios, convidando-os a sair às ruas e também apoiar a iniciativa.

Os caravanistas foram geralmente acolhidos com muita simpatia. Muitos se manifestaram indignados com os movimentos ecologistas radicais, os padres adeptos da "teologia da libertação" e as ONGs esquerdistas, que desejam a internacionalização amazônica. Declaravam-se extremamente contrários ao projeto de manter os índios na floresta, intocáveis como uma espécie de "zoológico humano". Era comum ouvir expressões como "a Amazônia é nossa, ela pertence ao Brasil"; "sabemos bem cuidar da Amazônia"; "os índios são contrários aos ambientalistas, que desejam decidir por eles";"não queremos interferência de movimentos estrangeiros"; "queremos o desenvolvimento socioeconômico de nossa região, e as ONGs querem o contrário"; "Nossa estagnação é um objetivo dos ecologistas".

O abaixo-assinado inclui o texto transcrito a seguir.

OS ABAIXO ASSINADOS VALEM-SE DA OCASIÃO PARA:

1. AGRADECER a Deus pelas riquezas humanas e naturais que concedeu à Amazônia, pelos missionários que trouxeram a Boa-Nova de Jesus Cristo, libertando-a de erros e práticas abjetas, assim como pela ação civilizadora dos colonizadores que aportaram os benefícios do progresso.

(Página seguinte)