| CAPA | (continuação)
anotar possíveis diferenças no paladar entre uma e outra. O resultado tem sido sempre o mesmo: não se notam diferenças!
Em 29 de março de 2019, na paróquia da Imaculada Conceição, na cidade de Tigre, periferia de Buenos Aires, o rosto de Jesus Cristo apareceu na Hóstia que um sacerdote acabava de consagrar. O fenômeno ocorreu numa capela do tempo do vice-reinado, e foi objeto de um relatório do Pe. Agustin Bollini (IVE), que estava atendendo confissões durante a missa celebrada pelo pároco Pe. José Luis Quijano, em cujas mãos se operou o milagre, e que também fez depoimento.
O Pe. Bollini escreveu: "Aguardando o momento da elevação, o padre segurava a Hóstia em suas mãos, e o vimos chamar Harry, um homem de idade, paroquiano desta igreja. E depois de falar com ele, segurando sempre a Hóstia em suas mãos, irrompeu em pranto. Todos ficamos estupefatos, e quando reagi para subir até o altar, o padre, fazendo esforço e secando as lágrimas, começou a dizer com palavras entrecortadas: 'Isto não é para mim, eu não sou digno, é uma graça para vocês'; e caiu de joelhos junto com Harry. O coroinha e a maioria dos fiéis o imitaram, impressionados pela sua reação, e ficaram assim até que ele se pôs de pé para continuar a missa".
O bispo diocesano de San Isidro, Mons. Oscar Ojea, aprovou o relato como verdadeiro, publicou uma mensagem reafirmando a certeza de que Deus se encarna em cada consagração. Afastou qualquer "interpretação apressada que distorça os fatos", mas achou "totalmente confiável" o depoimento do padre.
O Pe. Quijano tem 62 anos de idade, 35 de sacerdócio, e três de pároco. "Era a imagem do Santo Sudário de Turim, contou ele. Por isso afirmo que era o rosto de Jesus, e não outro. Era o rosto que ficou gravado no Santo Sudário. Um Cristo com os olhos fechados. Um Cristo morto, próprio para uma sexta-feira de Quaresma. O rosto estava muito claro, muito definido, nítido, não esfumaçado. Também o cabelo.
"Quando dividi a hóstia sobre a patena, desapareceu a imagem. "Depois da bênção do Santíssimo, tirei os óculos e comecei a chorar. Não falei que vi o rosto de Jesus, só depois, no átrio. Tenho certeza de fé de que Deus está aí. O mais importante é que o fato aconteceu, e não foi verificado por uma só pessoa, mas outros puderam verificar. Um dos padres que me conhece há anos, disse: 'se fosse de um outro, não sei se acreditaria. Mas o senhor não é de inventar essas coisas'. Sou uma pessoa muito racional, que vive dos fatos ordinários e não dos extraordinários", concluiu.
Milagre análogo aconteceu para um santo sacerdote brasileiro, o Servo de Deus Pe. João Batista Reus, SJ. O Pe. Reus o testemunhou repetidas vezes no século XX, descrevendo-o em sua autobiografia.
"Era a imagem do Santo Sudário de Turim, contou O Pe. Quijano. Por isso afirmo que era o rosto de Jesus, e não outro. Era o rosto que ficou gravado no Santo Sudário".
Na basílica de Santa Rita, em Cássia (Itália), se conserva a relíquia de um milagre eucarístico ocorrido perto de Siena em 1330, quando um
"Era a imagem do Santo Sudário de Turim, contou O Pe. Quijano. Por isso afirmo que era o rosto de Jesus, e não outro. Era o rosto que ficou gravado no Santo Sudário".
33catolicismo@terra.com.br / NOVEMBRO 2019
sacerdote relaxado levava a Comunhão a um doente. Tendo ele simplificado o costume da Igreja para a condução do Santíssimo Sacramento (evitou a companhia de fiéis, comum naqueles tempos), colocou a Hóstia consagrada entre as páginas do breviário, livro de orações que os padres rezam todos os dias. Tendo chegado à casa do doente, verificou que a partícula havia se transformado em sangue, embebendo as duas páginas do breviário. O religioso se arrependeu logo, e foi confessar o seu pecado ao Padre Simone Fidati da Cascia, hoje beatificado. Esse, ao perceber a contrição que tinha, concedeu-lhe a absolvição, mas lhe pediu as páginas impregnadas com o Preciosíssimo Sangue para que todos pudessem ver o milagre. Com efeito, as páginas ficaram preservadas, uma em Siena e a outra em Cássia. Muitos soberanos Pontífices promoveram a devoção, concedendo indulgências a quem rezar diante dessa relíquia. O reconhecimento do milagre foi lavrado em Cássia, e ficou registrado nas Atas da Prefeitura no ano 1387. Essas atas ordenam que a cada ano, na festa de Corpus Christi, todas as autoridades e cidadãos participem da procissão que leva pelas ruas a adorável relíquia. No dia 10 de janeiro de 1401, o Papa Bonifácio IX, numa Bula que proclamou o milagre, concedeu as mesmas indulgências dadas aos peregrinos que visitam o santuário da Porciúncula, ligado a São Francisco de Assis, e que visitem "contritos e confessados" a igreja no dia de Corpus Christi. Alguns devotos garantem que na mancha de sangue se distingue um rosto humano. Também dizem que a relíquia exala o perfume que se percebe perto do corpo de Santa Rita.
Corporais de Daroca com o Sangue das Hóstias.
No dia 23 de fevereiro de 1239, as tropas de Daroca, Teruel e Calatayud (no reino de Aragão, Espanha) empreenderam o assalto do castelo de Chío, invadido pelos muçulmanos.
Antes da batalha, o capelão de Daroca celebrou uma Missa em que consagrou seis Hóstias para cada um dos capitães das tropas. Mas um ataque-surpresa dos maometanos obrigou o sacerdote a fugir com as Hóstias embrulhadas nos corporais e escondê-las num monte.
Repelidos os assaltantes, os comandantes pediram a Comunhão. O padre foi até o esconderijo, encontrando as seis Hóstias manchadas de sangue e grudadas nos corporais. Os chefes viram naquilo um sinal de que Jesus os faria vitoriosos. Então o sacerdote encabeçou as tropas, levando como estandarte os corporais com as Hóstias ensanguentadas, e os muçulmanos foram derrotados.
Após a batalha, os chefes disputaram para saber em qual cidade ficariam os adoráveis corporais. As universidades de Teruel, Daroca e Calatayud recorreram ao sorteio. E por três vezes o resultado foi favorável a Daroca.
Contudo, para afastar contestações, Daroca aceitou que os corporais ficariam no local onde parasse uma mula branca portadora das relíquias. A mula, tendo andado