| CAPA | (continuação)
12 dias, passou por Teruel, e na estrada para Daroca aconteceram vários milagres. Em Játiva, ouviu-se um coro de vozes celestiais. Perto de Alcira, uma mulher possessa foi liberta dos demônios. Em Jérica, dois ladrões que iam matar um comerciante se arrependeram, e devolveram os bens roubados. Chegando na cidade de Daroca, a mula "fincou ali os joelhos por vontade de Jesus Cristo", e morreu diante da igreja de São Marcos.
Os fiéis viram nisso um sinal divino de que os corporais deveriam ficar nessa igreja, até serem trasladados para uma igreja maior, que deveria ser construída. É a atual igreja de Santa Maria Colegiada. Nas festas de Corpus Christi, os Santos Corporais partem em procissão para fora das muralhas da cidade, e são exibidos aos peregrinos.
Desde o século XIV, Daroca vem sendo visitada por reis e grandes personagens. Pela afluência de devotos, a festa de Corpus Christi chegou a se estender por quase um mês.
Âmbula do Milagre dos Peixes, paróquia de Almácera, Valência (Espanha).
Em maio de 2018, centenas de fiéis dos municípios de Alboraya e Almácera (Valência) compareceram para a comemoração do "milagre dos peixes", de julho de 1348, entre esses municípios.
O pároco de Alboraya levava o Santíssimo Sacramento para os enfermos, com honras exteriores, coroinhas, sinos e populares. Ao cruzar o córrego Carraixet, que estava muito cheio, o cavalo do pároco escorregou, a âmbula se abriu e as hóstias caíram na água, sendo arrastadas por forte correnteza. Contrafeito, e sem poder recuperá-las, o padre voltou para sua igreja.
O fato causou consternação, e os camponeses saíram à procura das Hóstias perdidas. Numa praia, viram que dois peixes punham suas cabeças para fora d'água, segurando as hóstias em suas bocas.
A população foi contar ao pároco que havia luzes brilhando junto a um barranco. O sacerdote, revestido de sobrepeliz e estola, entrou na água com um cálice na mão. Assim que o viram, os peixes se aproximaram, depositaram as formas eucarísticas no cálice, e desapareceram.
Esse cálice se expõe ainda hoje na igreja de Alboraya, e a âmbula é venerada durante o ano todo na paróquia da Assunção de Nossa Senhora, na mesma cidade. Ela só é utilizada para levar a comunhão aos doentes na festa de São Vicente Ferrer, e na procissão de Corpus Christi. No local se ergue uma capela neogótica, dita "Ermida do Milagre". O "milagre dos peixes" chegou à Santa Sé, que aprovou datas especiais para a festa de Corpus Christi em cada uma das cidades envolvidas com o milagre.
Na cidade de Legnice (Polônia), na Missa de Natal de 2013 no santuário de São Jacinto, uma Hóstia caiu no piso durante a distribuição da Sagrada Comunhão. Foi recolhida e colocada num recipiente com água, para se dissolver, como ordenam as normas canônicas, muitas vezes desrespeitadas atualmente. Porém, uma vez colocada na água, apareceu na Hóstia uma mancha vermelha com a aparência de tecido humano.
Em fevereiro de 2014, com permissão da diocese, foram colhidas amostras do fragmento ensanguentado para análise em laboratórios forenses. Os médicos dos Departamentos de Medicina Legal consultados em Wroclaw, no início de 2014, verificaram ser células do músculo estriado transversal, semelhantes às do músculo cardíaco. O Departamento de Medicina Legal da Universidade de Medicina da Pomerânia, em Szczecin, concluiu que "na imagem histopatológica foram achadas partes de músculo estriado transversal nos fragmentos. É mais semelhante ao músculo cardíaco. Os testes também determinaram que o tecido é de origem humana, e verificaram-se nele sinais de agonia".
O bispo de Legnice, Mons. Zbigniew Kiernikowski, proclamou o milagre e autorizou os fiéis a venerarem a Hóstia ensanguentada. Segundo o decreto episcopal, as Hóstias "apresentam as características que definem um milagre eucarístico".
É muito conveniente recordar a atitude desse bispo, de maneira especial em nossa época, quando se fala até em dar a Comunhão a pecadores públicos, esquecendo que na Hóstia consagrada está presente o Corpo, Sangue, alma e divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo, verdadeira, real e substancialmente.
Em janeiro de 2016, o Bispo Kiernikowski submeteu o caso à Congregação para a Doutrina da Fé, que se declarou favorável à exposição da Hóstia miraculosa, venerada no santuário de São Jacinto.
Representação do milagre eucarístico de Turim.
Quem hoje ingressa na Basílica de Corpus Christi de Turim (Itália), se depara com uma grade de ferro que protege o lugar onde ocorreu o primeiro milagre eucarístico da cidade, em 1453. No piso está escrito: "Eis o lugar onde caiu prostrado o jumento que transportava o Corpo Divino. O lugar onde a Sagrada Hóstia, saindo de uma bolsa, elevou-se sozinha, descendo com clemência até as mãos dos cidadãos de Turim".
A história começou na cidade piemontesa de Exilles, fronteira com a França, onde tropas francesas de Renato d'Anjou lutavam contra milícias italianas do duque Ludovico de Savóia.
Os franceses saquearam o vilarejo, e um soldado violou o tabernáculo, roubou o ostensório com a Hóstia sagrada e levou-o numa bolsa. Montou num jumento e foi para Turim, com a intenção de vender o objeto sagrado. Chegou à cidade no dia 6 de junho, festa de Corpus Christi.
Perto da igreja de São Silvestre, o jumento empacou, caiu no chão, a bolsa se abriu e o ostensório com a Hóstia se elevou sobre as casas. O bispo Ludovico se prostrou em adoração, juntamente com um cortejo de clero e povo, e rezaram como os discípulos de Emaús: "Permanecei conosco, Senhor". Naquele momento o ostensório veio ao chão, deixando a Hóstia pairando no