P.36-37

| PÁGINA MARIANA |

Convertidos pela Medalha Milagrosa

Plinio Maria Solimeo

No “corredor da morte” de uma prisão de alto risco, no estado de Mississippi (EUA), dois condenados são salvos por Nossa Senhora da Medalha Milagrosa.

Nesses dias turbulentos, em que ações terroristas praticadas por afro-americanos agitam os Estados Unidos numa revolta sem fim, é consolador ler a história de um jovem negro condenado, que enfrentou a morte com fé e serenidade, dando graças a Deus e a Maria Santíssima por levá-lo logo para o Céu.

O fato é narrado em vários sites católicos americanos citados abaixo, e foi transformado em peça de teatro por Cathal Gallagher, com o título “Claude Newman: A Miracle on Death Row” (Cláudio Newman: um milagre no corredor da morte).

Encontro casual da Medalha por um condenado

Nossa Senhora aparece a Cláudio Newman.

Numa prisão de alto risco nos Estados Unidos, um jovem afro-americano de 20 anos, Cláudio Newman, esperava o dia de sua execução. Fora educado pela avó, a quem muito amava. Entretanto, em 1943 ela se casou em segundas núpcias com Sid Cook, homem brutal e abusivo, que tornou impossível a vida da esposa. Isso exasperava muito o jovem. Influenciado por um mau companheiro, o rapaz decidiu matar Cook. Fez-lhe uma emboscada em dezembro de 1943, matando-o com um tiro. Condenado à morte na cadeira elétrica, foi levado para a prisão de Vicksburg, no Mississippi, para aguardar a execução.

Cláudio ficou numa cela com mais quatro prisioneiros. Um dia ele viu uma medalha religiosa pendurada no pescoço de um deles; e, curioso, perguntou o que era. Seu interlocutor se enfureceu de maneira inusitada com a pergunta. Num gesto brusco, arrancou a medalha do pescoço e atirou-a ao chão, dizendo-lhe com sarcasmo: “Pegue-a para você”.

Cláudio não era católico, nem tinha a menor base religiosa, mas sentiu-se atraído por aquela medalha, recolheu-a e pendurou-a no pescoço. Aquela era exatamente a chamada Medalha Milagrosa*, assim conhecida por causa dos muitos milagres comprovados que operou e continua operando. Cláudio foi um dos seus beneficiários, como veremos.

Começam as maravilhas

O jovem condenado foi dormir nesse dia sem pensar mais na medalha. Entretanto, durante a noite, foi acordado por um leve toque em seu pulso. Abrindo os olhos, viu a seu lado o que ele descreveu como “a mulher mais linda que Deus criou”. Era Nossa Senhora, que lhe disse então: “Se você quiser que eu seja sua Mãe, e você meu filho, chame um sacerdote da Igreja Católica”. E desapareceu.

Apavorado, Cláudio começou a gritar: “Um fantasma! Um fantasma!”. Ao mesmo tempo, pedia com insistência que chamassem um padre católico. No dia seguinte as autoridades da prisão chamaram para cuidar do caso o padre Robert O’Leary, SVD, ex-capelão militar durante a Segunda Grande Guerra, que atendia naquela prisão. É dele todo o relato que segue.

Após ouvir o extraordinário relato do jovem presidiário, o Pe. Robert constatou que ele era analfabeto e ignorava até os rudimentos da nossa Religião. Começou então a catequizá-lo, bem como aos seus três companheiros de cela, que haviam ficado impressionados com o relato de Cláudio. Juntaram-se depois ao sacerdote, na catequese, duas freiras de sua paróquia.

Nossa Senhora catequiza seu predileto

Quando a instrução dos detentos chegou ao ponto de se falar sobre o Sacramento da Confissão, Cláudio exclamou: “Ah, disso eu sei! A Senhora me disse que, quando nos confessamos, não nos ajoelhamos diante de um padre, mas diante da cruz de seu Filho. E que, quando realmente sentimos muito pesar por nossos pecados e os confessamos, o Sangue que Ele derramou flui sobre nós e nos deixa livres de todos os pecados”. O Pe. O’Leary e as duas irmãs ficaram assombradas com esta revelação.

Interpretando mal a reação dos religiosos, Cláudio pensou que tivesse sido indiscreto, e se desculpou: “Oh, não fiquem com raiva, não fiquem com raiva. Eu não queria deixar escapar”.

O sacerdote então lhe assegurou que estava muito longe de estar zangado, e perguntou a Cláudio se tinha visto a Senhora novamente. Chamando o padre de lado, o rapaz lhe confidenciou: “Ela me disse que, se o senhor duvidasse de mim ou mostrasse hesitação, eu deveria lembrá-lo de que, quando estava deitado em uma vala na Holanda, em 1940, o senhor fez um voto que Ela ainda está esperando que cumpra”.

Essa revelação convenceu o sacerdote da sinceridade de Cláudio. Na verdade, durante a guerra, diante do perigo em que se encontrava, o Pe. O’Leary havia prometido construir uma igreja em homenagem à Imaculada Conceição, se escapasse ileso. Ele cumprirá sua promessa em 1947, construindo a igreja em Clarksdale, Mississippi, que existe ainda hoje.

Quando os dois interlocutores voltaram à sala para continuar a lição sobre a confissão, Cláudio disse aos seus colegas presidiários: “Vocês não devem ter medo da confissão, pois estamos dizendo a Deus nossos pecados, e não ao padre. Saibam que a Senhora disse que a confissão é algo como um telefone: nós falamos com Deus por meio do sacerdote, e Deus nos responde por meio dele”.

Os fatos surpreendentes não ficaram nisso. Mais tarde, quando o Pe. O’Leary e as irmãs iam começar a falar sobre o Santíssimo Sacramento, o jovem vidente perguntou se poderia relatar o que a Senhora lhe havia revelado a respeito da Eucaristia. Todos consentiram com alegria. Então Cláudio revelou: “A Senhora me disse que, na Comunhão, eu só verei o que parece ser um pedaço de pão. Mas Ela me disse que é realmente seu Filho, e que Ele estará comigo assim como estava com Ela antes de nascer em Belém. [Por isso] Ela me disse que eu deveria passar meu tempo como Ela fez durante sua vida com Ele, isto é, em amá-lo, adorá-lo, agradecer-lhe, louvá-lo, e pedir-lhe bênçãos. Não devo estar distraído ou incomodado por ninguém ou qualquer outra coisa, mas devo passar esses poucos minutos em meus pensamentos a sós com Ele”. Um teólogo não poderia exprimir-se com maior exatidão!

Festa com os companheiros da prisão

Assim preparados, os quatro catecúmenos foram recebidos na Igreja. O registro do batismo de Cláudio na paróquia de St. Mary, em Vicksburg, é do dia 16 de janeiro de 1943. Sua execução estava marcada para quatro dias depois, 20 de janeiro (deve-se observar que nessa data, sob a mesma invocação da Medalha Milagrosa, Nossa Senhora

Página seguinte