agitação ameaçadora. Daí surgiram os pontos básicos para a elaboração do livro Reforma Agrária – Questão de Consciência.
A fim de realizar o projeto, o Prof. Plinio pediu a valiosa cooperação de dois Bispos — D. Antonio de Castro Mayer e D. Geraldo de Proença Sigaud — companheiros de luta desde os tempos do jornal “Legionário”. O economista Luiz Mendonça de Freitas foi também convidado a redigir a parte econômica da obra.
No dia 10 de novembro de 1960 — exatamente 60 anos atrás — um grande anúncio da Editora Vera Cruz, na primeira página de um dos mais importantes jornais do País, comunicava o lançamento de Reforma Agrária – Questão de Consciência. Outro anúncio foi difundido em um canal de TV de São Paulo. Precedera essa propaganda um artigo de lançamento, de autoria do Prof. Plinio, publicado em Catolicismo no mês de outubro daquele ano.
A candência do tema atraiu a atenção de muitos, e a primeira edição de cinco mil exemplares esgotou-se em 20 dias. Seguiram-se três outras edições, escoando-se 30 mil exemplares. Um levantamento de “O Globo” constatou, em 30 de junho de 1961, que Reforma Agrária – Questão de Consciência está entre os livros mais vendidos do Brasil. Tornara-se um best-seller nacional. O fato surpreendeu, pois não era habitual a tiragem maior que dois mil exemplares para um livro doutrinário e técnico.
João Goulart: “O veto desta minoria reacionária ao meu governo [...] fortaleceu-se quando afirmei que as reformas de base são um imperativo da hora em que vivemos”.
Entrementes o País foi sacudido por uma convulsão política, que o abalou de alto a baixo. A crise se deflagrara com a inopinada renúncia do Presidente Jânio Quadros em agosto de 1961, enquanto o vice-presidente João Goulart se encontrava em visita à China comunista. Sucessivas manobras político-ideológicas acabaram conduzindo-o à Presidência da República.
A partir daí os setores esquerdistas viram-se com as mãos livres para convulsionar ainda mais o País, por meio de greves e agitações tanto políticas quanto sindicais. Eram elas apoiadas e insufladas por elementos da esquerda católica, tendo à frente importantes membros da hierarquia católica.
Nosso espaço é insuficiente para narrar a batalha feroz que se seguiu, num debate de ideias jamais visto no Brasil. Chegava assim ao auge a dramática controvérsia referente às “reformas de base”. E do próprio cerne da controvérsia emergia a questão de consciência, três anos antes apontada por Reforma Agrária – Questão de Consciência como o nervo mais sensível da matéria em debate.
Aos poucos, todos esses lances de caráter doutrinário, somados a outras iniciativas de diversos setores da sociedade empenhados na luta anticomunista, foram gerando em largas faixas da opinião nacional uma crescente rejeição ao esquerdismo. Tal rejeição se consubstanciou numa imensa onda de indignação dos elementos mais sadios da opinião pública contra a política cripto-comunista do Governo João Goulart.
Criara-se assim o clima ideológico e psicológico que constituiu o fator determinante da Revolução de 1964. Quando, a partir de 19 de março daquele ano, as grandes e memoráveis Marchas da Família com Deus pela Liberdade começaram a atrair para as ruas imensas multidões, delas participaram com entusiasmo os membros da TFP, alegres por oferecerem seu peculiar contributo para a criação desse clima ideológico e psicológico, que se traduzira em tais manifestações de patriótico inconformismo. Com o suceder das Marchas, ficava claro o sentir do povo brasileiro, e ninguém mais deteria o curso dos acontecimentos.
No derradeiro discurso televisionado (que antecedeu de um dia à sua queda), um exasperado presidente Goulart vituperou acerbamente aqueles que lutavam contra seus aliados, os “católicos esquerdistas”, e contra as “reformas de base”: “O veto desta minoria reacionária ao meu governo [...] fortaleceu-se quando afirmei que as reformas de base são um imperativo da hora em que vivemos”.
Era tarde. Um dia depois o Brasil o removia da Presidência.
Iniciativas do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, implementadas ao longo de contínuas atuações da TFP, desmontaram todos os argumentos da ação agro-reformista no Brasil.
Várias outras publicações e iniciativas do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, implementadas ao longo de contínuas atuações da TFP, desmontaram todos os argumentos da ação agro-reformista no Brasil. O combate claro e coerente à reforma agrária socialista e confiscatória inviabilizou a Reforma Agrária — essa utopia vazia de conteúdo e sem embasamento na realidade — tornando inaceitáveis todas as tentativas de sua implantação no País.
Uma luta de 60 anos, com excelentes repercussões até o presente.
O Brasil não será uma nova Cuba, slogan das “Marchas da Família com Deus pela Liberdade” que ainda hoje tem atualidade.