As procissões públicas começaram em 1927, quando um jornal de Estocolmo escolheu a ‘Luzia do ano’, e o exemplo se espalhou para outras cidades, escolas, jornais e TVs. Segundo o Guinness Book, a procissão de Santa Luzia na capital sueca é a maior do mundo, com 1200 membros de escolas de música. Em certas universidades há um jantar especial em seu dia. A Finlândia imitou a Suécia, e a ‘Santa Luzia do ano’ é coroada na catedral de Helsinki, paradoxalmente protestante.
A Dinamarca imitou a Suécia em 1944, pelo desejo oficial “de trazer luz numa época de escuridão”. A festa é comemorada nas escolas. Na noite anterior se acendem velas, apagam-se as luzes elétricas, e se canta o famoso vilancico napolitano à santa. Na Noruega, comemora-se Luzia como aquela que espanta os espíritos, gnomos e fantasmas que vagueiam pela Terra nos dias mais negros do ano, e pune aqueles que trabalham no dia de Natal. A procissão ingressa numa sessão do Parlamento, entoando uma canção tradicional napolitana e vilancicos locais.
No Norte da Itália, Santa Luzia leva presentes às crianças nos dias 12 e 13 de dezembro, quando são feitas umas bolachinhas doces em formato de olhos, que lembram o martírio da santa. As crianças lhe deixam um pouco de café, palha para seu burrico e um copo de vinho de Castaldo. Na Hungria e na Croácia, no dia de Santa Luzia planta-se uma semente de trigo num vaso. Ela brota no Natal, como símbolo do triunfo da vida sobre a morte e do nascimento de Jesus e da Eucaristia. Nas Filipinas celebra-se uma novena de missas antes de sua festa. No Caribe, Santa Luzia é a padroeira de uma pequena ilha, que leva seu nome e festeja sua data como Dia Nacional.
O ‘pudding’ inglês não pode faltar no Palácio real de Buckingham. Cada família faz seu ‘pudding’ com receita exclusiva, inclusive a família real. Em 2019, a rainha cedeu sua função aos príncipes herdeiros. O encarregado de fazer a mistura dos 25 ingredientes foi o pequeno príncipe George, que trabalhou entusiasmado, acolitado pelos príncipes Charles e William. A receita secreta produziu 99 pequenos ‘puddings’, presenteados pela rainha para o Natal dos postos militares mais afastados. Elizabeth II presenteou também 1.500 ‘puddings’, feitos numa boa confeitaria, a seus 500 auxiliares nos castelos. Eles receberam junto um cartão assinado pela rainha, além de um cumprimento pessoal.
O ‘pudding’ não é de origem inglesa, mas foi levado ao país pelos soldados romanos. Em suas longas expedições, eles acondicionavam em seu alforje um aglomerado de frutos secos, nozes, amêndoas etc. (como fazem os tropeiros brasileiros com seu cuscuz), com leite e álcool, e com esse ‘bolo’ se alimentavam. Assim provavelmente se fazia nos tempos de Jesus em Belém.
Vinte séculos depois da divina Natividade, o mesmo mundo comemora de vários modos o Natal, mas o que se nota é uma contínua decadência de esplendor e religiosidade. A Terra afunda nas trevas, num caos que nem nos tempos de Augusto foi tão abrangente.
Mas, como os pastores que adoraram o Menino Deus no presépio, hoje os homens de boa vontade podem procurar a salvação pelas mãos puríssimas da Santa Mãe de Deus. Só por meio d’Ela será restaurado o reinado social de Jesus Cristo, quando as celebrações de Natal serão incomparavelmente mais belas.
Em 2019, a rainha cedeu sua função de fazer o ‘pudding’ aos príncipes herdeiros. O encarregado de fazer a mistura dos 25 ingredientes foi o pequeno príncipe George, que trabalhou entusiasmado, acolitado pelos príncipes Charles e William. À direita o ‘pudding’ pronto.