ferido quando da tomada de Alexandria, morrendo em consequência dos ferimentos. É o que afirmam livros dos carmelitas, que o apresentam assim como mártir, pois teria sucumbido, “reduzido a pele e ossos”, em decorrência de ferimentos recebidos durante a batalha.
Segundo o biógrafo Felipe de Mézières, no dia 8 de maio de 1366 — portanto, mais de três meses após a morte — seu corpo foi encontrado no túmulo “perfeito e inteiro, os membros flexíveis como antes [...]. Estava somente um pouco escurecido, e um cheiro de umidade emanava dele, como o que sai dos subterrâneos”. O biógrafo explica: “Depois de sua morte exalava um excelente perfume, e sua face tornou-se rosada e bela como a de um anjo. Raios de luz foram vistos sobre seu corpo, o qual de tal maneira se aqueceu, que dele corria de todas as partes um certo suor, de maneira que foi preciso enxugá-lo com algodão, que serviu depois para muitas curas milagrosas. Conservaram seu corpo exposto durante seis dias no coro do convento dos carmelitas em Famagusta, onde falecera, e durante todo esse tempo não se viu nenhum traço de corrupção”.
Acrescenta Mézières que uma enquete canônica foi então aberta para julgar a santidade de Pedro Tomás, e que seu corpo foi definitivamente sepultado no coro da igreja dos carmelitas.
Logo que São Pedro Tomás faleceu, os milagres operados por sua intercessão proclamavam sua santidade, mas ele foi canonizado formalmente. Em 1609 a Santa Sé autorizou sua festividade (que se celebra no dia 8 de janeiro) entre os carmelitas, que foi depois confirmada por Urbano VIII em 1628.4
Ruínas do convento carmelita de Famagusta, onde faleceu São Pedro Tomás
Santa Teresa d’Ávila
Pai Santo, que estais no Céu, espero que não sejais ingrato, a ponto de não atender a súplica que vos fazemos para honra de vosso Filho.
Senhor, não vos fazemos este pedido por nós mesmos, pois não o merecemos, mas pelo Sangue de vosso Filho, por seus merecimentos e os de sua Mãe gloriosa, e pelos méritos de tantos mártires e santos que morreram por Vós.
Ó Padre Eterno! Tantos açoites, tantas injúrias, tão gravíssimos tormentos não podem ser ignorados. Ó Criador meu, entranhas tão amorosas como as vossas não podem consentir no desprezo do que vosso Filho fez com tão ardente amor!
O mundo está ardendo, querem crucificar Cristo novamente, demolir a sua Igreja. Os Sacramentos são abolidos, as igrejas fechadas ou destruídas, inúmeras almas são condenadas. Meu Senhor e meu Deus, dai fim ao mundo ou remediai tão gravíssimos males, pois nem mesmo corações tão maus como os nossos conseguem suportar tudo isso.