| ESPLENDORES DA CRISTANDADE |

Mobilidade católica e estagnação pagã

Nelson R. Fragelli A Sainte-Chapelle, capela gótica situada na Île de la Cité, em Paris.
e a grande esfinge de Gizé, no Egito.
– À esq., Paestum, cidade da antiga Magna Grécia, na costa do Mar Tirreno, sul da Itália.

– Porta Nigra em Trier, na Alemanha.
* * * "Vida sobrenatural comunicada pela Igreja a todos os aspectos da cultura e da civilização cristã". Este foi o tema de uma das saudosas exposições feitas por Dr. Plinio Corrêa de Oliveira para cooperadores mais jovens da TFP, que lotaram um auditório numa noite do verão de 1979. "O espírito humano caminha de comparação em comparação", era um dos axiomas asseverados pelo conferencista. E para tornar seu tema inteiramente claro, ele comparava a pujança católica com a estagnação pagã. Para tal ele evocava Paestum, cidade da antiga Magna Grécia, na costa do Mar Tirreno, Sul da Itália, que ainda hoje conserva ruínas imponentes. Até mesmo um espírito prático e tecnológico se embevece diante daquelas grandezas passadas, sugeridas pelas ruínas contemplativas. Na harmonia, serenidade e proporção de Paestum, até elas encantam, mostram-nos o triunfo da serenidade. Assim são as linhas arquitetônicas, que nos relevos de um monumento traçam também a fisionomia de seu povo. Entretanto, atingido esse auge de beleza, a arquitetura grega estagnou. Aos olhos de quem viu, admirou e orou em nossas catedrais católicas, aquela arquitetura permaneceu claramente estagnada no tempo. A magnificência grega glorificava a grandeza humana, ao passo que a catedral católica celebra a presença de Deus entre os homens. Diante delas, aquele esplendor grego se resume a uma imensa caixa geométrica sustentada por colunas portentosas. Sobre Paestum passaram-se séculos. Roma conquistou a Grécia, e à geometria grega os romanos acrescentaram os arcos, que representaram um salto rumo à perfeição. Encimando os pilares do templo, os arcos — como braços que se unem — são acolhedores, parecem proteger a reflexão num amplexo protetor. Sua sombra abriga e conforta. Assim surgiu o estilo romano. Foi um ponto culminante da beleza arquitetônica, mas também a arte de construção romana estagnou. Por todo o vasto Império Romano foi ela a mesma, desde o Coliseu até a Porta Nigra em Trier, na Alemanha; e os templos do Norte da África igualam os da Palestina. A arquitetura romana, tendo-se aperfeiçoado, atingiu uma forma de esplendor, mas não mais inovou. O Coliseu de Roma. Página seguinte