P.50-51
| AÇÃO CONTRA-REVOLUCIONÁRIA |
Grupo radical esquerdista ataca a sede da TFP na Alemanha
Renato Murta de Vasconcelos
Na Alemanha e na Europa em geral vem aumentando significativamente, nos últimos tempos, a agressividade e o ódio dos militantes do aborto, e também de outros grupos anti-família. Com ataques muitas vezes violentos, têm agredido os manifestantes contrários ao aborto e à ideologia de gênero, usando sempre uma linguagem insultante que se torna cada vez mais radical.
Na noite de 25 para 26 de março passado, a sede da Sociedade Alemã de Defesa da Tradição, Família e Propriedade (TFP) foi alvo de um ataque soez por parte de um grupo radical de esquerda, que se empenha no avanço da agenda feminista e abortista [fotos]. Dias depois, um grupo feminista-abortista radical, sem declinar seu nome, reconheceu a autoria do ataque por meio de uma declaração na Indymedia (um centro midiático de esquerda, na internet), dando as razões que motivaram seu ato intimidatório.
Enfurecido com a promulgação de uma lei anti-aborto na Polônia, esse grupo anônimo — que alega participar de uma luta internacional contra a "ameaça fascista" e a favor da "libertação feminista" — afirma ter resolvido atacar a sede da TFP em Frankfurt porque esta, por seu ideário em prol da família e da propriedade privada, cria condições para a criminalização do aborto, uma "violência institucional".
Empenhados assim na destruição dos fundamentos da civilização cristã, compreendem a perfeita interpenetração dos valores tradição, família e propriedade enquanto sustentáculos da ordem social erigida pela Igreja Católica. Na boca dos adversários, não deixa de ser um elogio essa confissão de que a sigla TFP sintetiza os valores cristãos que ‘deveriam desaparecer’ para a construção da nova ordem mundial, atualmente em gestação. Em sua perspectiva, indicam com o slogan ‘da crise à utopia’ a ‘única solução’ para o mundo sair da atual situação catastrófica.
Para que os leitores se conscientizem dos funestos objetivos de tais grupos, traduzimos a seguir a "declaração de responsabilidade", publicada na Indymedia:
"Tomamos a decisão de atacar com bolsas de tinta a sede da Sociedade Alemã de Defesa da Tradição, Família e Propriedade Privada (TFP) na noite de 25-26 de fevereiro. Agora, uma grande inscrição ‘Strajk kobiet!’ decora a fachada da casa, e o resto da parede está manchado a tinta.
"Tínhamos muitos motivos para justificar o nosso ataque. Strajk kobiet significa ‘greve das mulheres’, e na Polônia é o slogan do movimento Pró-Escolha, que luta contra a criminalização massiva do aborto e pela autodeterminação física, e toma as ruas repetidamente com raiva e determinação. Algumas semanas atrás, lá entrou em vigor a nova lei do aborto, a qual é praticamente uma proibição total de sua prática.
"O ocorrido na Polônia mostra que a extrema direita fundamentalista não é de forma alguma um fenômeno marginal na sociedade europeia. Assim que toma assento nos parlamentos, logo utiliza seu poder para promulgar leis violentas e opressivas.
"As forças anti-feministas são parte da ameaça fascista global, e nossa luta pela libertação feminista é internacional. Declaramos nossa solidariedade com as lutas na Argentina, Chile, Polônia e em todos os lugares, portanto atacamos os anti-abortistas em nossa área.
"A Sociedade Alemã de Defesa da Tradição, Família e Propriedade Privada tem como objetivo proteger os ‘valores’ contidos em seu nome e a dignidade humana — supostamente associada a esses valores — contra os ataques de feministas agressivas e do comunismo. A principal atividade da TFP é apoiar a violência de direita com um fundamento ideológico fundamentalista cristão. Pensamos que o nome TFP e seu conteúdo tornam nosso ataque autoexplicativo.
"Por trás da defesa do ideal da família nuclear heterossexual cristã, existe uma hostilidade odiosa contra os queer e os homossexuais, o que deve ser claro para todos. Propagar a necessidade de proteger a família nuclear da ‘ideologia perigosa que extermina o casamento’ (ou ‘a ditadura da tolerância’) legitima tanto a violência individual quanto a institucional, incluindo a criminalização do aborto. Pelo nome TFP, os fundamentalistas mostram que estão cientes da conexão entre capitalismo e patriarcado. Eles parecem saber que os vários mecanismos de opressão se apoiam mutuamente, que a família nuclear se apoia na propriedade privada e cria algo como um ‘povo’. [...] Também nós vemos essa conexão e consideramos nossa resistência coletiva um perigo para o sistema de exploração, e também um potencial para a edificação de um mundo habitável para todos. Guerra ao patriarcado em nome do anti-capitalismo e do anti-racismo! [...] Sem voltar à NORMALidade — da crise à utopia.
"Jin, Jiyan, Azadi".
Muito significativamente, os dois primeiros nomes dos autores são chineses.
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