| IN MEMORIAM |

Carlos Federico Ibarguren

Nobre de alma e de sangue, membro de famílias de alta linhagem de Salta e Buenos Aires, Carlos Federico Ibarguren dedicou sua vida ao ideal contra-revolucionário. María Ester Amadeo Padilla, sua esposa, também de antiga família de Tucumán no norte argentino, foi um apoio constante em sua dedicação à Tradição, Família e Propriedade. Pecuarista de profissão, Carlos administrava fazendas na província de Buenos Aires. Foi católico combativo desde a sua primeira juventude. Em 1964 conheceu Plinio Corrêa de Oliveira, nele encontrando apoio para realização do ideal anelado por sua alma desde a infância. Foi presidente da Fundação Montfort, e em 1965 tornou-se membro da Agência Catolicismo, embrião do que seria a partir de 1967 a TFP argentina, à qual se dedicou incansavelmente como vice-presidente. Grande entusiasta dos ensinamentos do Prof. Plinio, em 1972 mudou-se com sua esposa para São Paulo, onde permaneceram durante 14 anos. Colaborou durante esse período nos estudos político-sociais que ali se realizavam, cuidando à distância de suas atividades particulares. De dedicação exímia e coração valente, impulsionava sempre as atividades públicas da TFP. No convívio com seus irmãos de ideal, seu trato era distinto, sempre amável, sumamente agradável na arte de conversar, despertando admiração e simpatia em todos que o conheciam. De vida ilibada e comunhão diária, revelava profunda Fé e amor de Deus. Nos longos meses de sua última enfermidade, a profunda piedade que o caracterizava não se arrefeceu, antes se acrisolou, pois fazia contínuos atos de piedade, o mais admirável dos quais era sussurrar palavras da consagração como escravo de amor à Santíssima Virgem, segundo o método ensinado por São Luís Maria Grignion de Montfort. A morte de Carlos foi edificante para qualquer pessoa de Fé. Três horas antes, recebeu a absolvição sacramental e a extrema-unção. Cercado por seus íntimos em oração, aos 83 anos expirou serenamente em sua residência, no dia 30 de maio, como último ato de uma grande alma: cheio de honra, de méritos e de confiança na Santíssima Virgem Maria.

Marco Aurélio d’Ávila Carneiro dos Santos

No dia 11 de junho (festa do Sagrado Coração de Jesus), faleceu em São Paulo, vítima de complicações cardiorrespiratórias, o Sr. Marco Aurélio d’Ávila Carneiro dos Santos. Em sua alma brilharam sempre uma pureza ilibada, grande espírito de respeito a seus superiores, invulgar capacidade de trabalho e de organização, valores morais e qualidades que dedicou integralmente aos ideais da Contra-Revolução. Nascido em Belo Horizonte, conheceu a TFP mineira em 1963, e logo aderiu a ela. Em 29 de setembro de 1971, passou a integrar um centro de estudos e preparação para a ação pública, fundado pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira e consagrado a São Miguel. Mudou-se para São Paulo em setembro de 1975, fixando-se na Casa de Estudos Jasna Gora — uma espécie de think thank do pensamento geopolítico, histórico e filosófico do Prof. Plinio —, localizada em Itaquera. A partir do fim dos anos setenta, tornou-se secretário zeloso e fiel do encarregado da instituição, Dr. Luiz Nazareno de Assumpção Filho, função que desempenhou até o falecimento deste último em 2009, doze anos após se mudarem para o bairro de Higienópolis. Passou então a exercer função similar junto a alguns dos atuais dirigentes do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira. Que do Céu ele interceda junto aos Sagrados Corações de Jesus e Maria pela vitória dos ideais da Contra-Revolução, aos quais dedicou sua vida.

Paulo Roberto Carriello Rosa

Paulo Roberto Carriello Rosa passou a frequentar quotidianamente a sede da TFP, seção Guanabara, a partir de 1965, quando terminava seu curso de Engenharia Eletrônica. Nascido em Bom Jardim (RJ), suas ideias político-ideológicas sempre foram católico-conservadoras. Era leitor de Catolicismo antes de entrar em contato com a TFP, e nossa publicação constituía para ele um universo de reflexão e lógica num mundo que ia se afundando na irreligiosidade. Sua dedicação à TFP brasileira era intensa. Sempre participou das grandes campanhas públicas lançadas por Plinio Corrêa de Oliveira, como a de 1966 contra o divórcio. Em 1970 nasciam as ‘casas de estudo’ da TFP, conhecidas como êremos, em alusão ao Eremo delle Carceri de São Francisco de Assis. Um deles foi o do Amparo de Nossa Senhora, sediado na Fazenda Morro Alto, no interior de São Paulo, cujos ‘eremitas’ se dedicavam à sociologia sob a rubrica ‘estudos de opinião pública’. Paulo Roberto fez parte ativa desse êremo, onde também estudou em profundidade o Latim, a fim de ler os originais dos documentos do Magistério Eclesiástico. Em 1975 os membros do ‘Êremo de Amparo’ se transferiram para São Paulo, instalando-se numa grande casa no bairro de Itaquera, à qual foi dado o nome de Nossa Senhora de Jasna Gora. Paulo Roberto prosseguiu ali seus estudos, traduzindo do latim inúmeros textos do grande exegeta jesuíta Cornélio a Lápide, sobre ‘Céu empíreo’ e outros assuntos teológicos. A partir de 1980 dedicou-se à TFP de Porto Alegre e da Capital Federal, tanto no tocante ao apostolado quanto à divulgação e assinaturas de Catolicismo. Muito despretensioso, sempre inspirou confiança e admiração nos frequentadores dessas sedes. Retornando a São Paulo, além de continuar suas atividades, dedicou-se aos estudos bíblicos, em particular do Apocalipse, sempre relacionando suas pesquisas com os acontecimentos atuais. Participou de numerosas conversas sobre esse tema com o Prof. Plinio, que apreciava seu comportamento marcado pela seriedade de suas investigações. Contaminado pelo coronavírus, faleceu no dia 15 de junho em São Paulo, sendo sepultado no dia seguinte no Cemitério da Consolação.

Oilsson Gugelmin

Confortado com os sacramentos da Santa Igreja, entregou sua alma a Deus no dia 21 de junho o Sr. Oilsson Gugelmin, aos 73 anos de uma existência consagrada à Contra-Revolução. De católica família do Vêneto, congregado mariano, quando ainda jovem tornou-se propagandista de Catolicismo em sua cidade, Mafra (SC). Mudou-se nos anos 60 para Curitiba, a fim de se incorporar à sede local da TFP, e em 1975 transferiu-se para São Paulo. Destro no volante, Gugelmin foi convidado para dirigir o automóvel de Plinio Corrêa de Oliveira, função que desempenhou com maestria e suma dedicação até 1995, quando faleceu o Prof. Plinio. A ela acrescentou o encargo da gravação das inúmeras reuniões, despachos e conversas que tomavam boa parte do dia-a-dia do Fundador da TFP brasileira. Destacou-se também no trabalho da comissão de recuperação e sistematização do imenso acervo de matérias escritas e gravadas do Fundador. Tornou-se ele próprio um excelente expositor de tais matérias, em reuniões ordinárias e simpósios. Era muito conhecido e querido no universo das TFPs, por suas funções e pela afabilidade com que atendia a todos. A notícia do seu falecimento determinou numerosas manifestações, sobretudo de sacerdotes de orientação tradicional com quem estabelecera uma sólida relação de entendimento e confiança. Desempenhou intenso apostolado junto aos mais jovens, sempre procurando ressaltar o perfil moral do católico, tendo como exemplo o Fundador da TFP. Um conselho que repetia era "Duc in alto!" (Lc 5,4): ter sempre em vista os grandes panoramas da Santa Igreja, da vocação contra-revolucionária na sociedade temporal. Outro aspecto recorrente era a devoção a Nossa Senhora: "Minha Mãe, dai-me a plenitude e o píncaro da devoção a Vós!" Ele de fato personificava o que ensinava. O sepultamento realizou-se no dia imediato em jazigo no Cemitério da Consolação, em São Paulo, precedido de Missa de corpo presente celebrada na capela do cemitério por Frei Almy Gomes O.P.
Página seguinte