La Cumbre Vieja, o vulcão da ilha espanhola La Palma (Arquipélago das Canárias), que entrou em erupção no dia 19 setembro de 2021, transformou-se em 22 de dezembro na mais longeva erupção vulcânica em 373 anos. Com seu poder de fogo, devorou casas e lavouras, forçando a retirada de moradores e turistas. Um fenômeno que bem pode representar a situação catastrófica da Santa Igreja e das nações neste último ano.
Com efeito, fomos assistindo ao longo dele a um espetáculo de horror em 365 capítulos, acompanhando assim os diversos acontecimentos, quer religiosos, quer temporais.
Uma assombrosa Revolução Cultural foi demolindo dia a dia os vestígios da civilização. Nesse processo revolucionário anticivilizatório — rumo a uma sociedade tribalista regida por um governo mundial —, um verdadeiro pandemônio foi dominando o cenário político, nacional e internacional, cultural e religioso.
Entretanto, vendo apenas um dos capítulos da série de horror, não se tem ideia de como a ‘pandemia’ do non sense contagiou as instituições e as mentes das pessoas em todos os cantos do mundo.
Para que se possa ter uma visão geral do avanço desse processo, o qual poderá provocar grandes catástrofes, sobretudo morais, impõe-se uma análise séria do conjunto dos acontecimentos, que certos setores da mídia são hábeis em abafar os importantes e divulgar com o maior estardalhaço os medíocres. Hábeis também em criar “cortinas de fumaça” para que o público em geral não veja com clareza, por exemplo, o grande incremento das reações conservadores que em 2021 notamos em muitos setores da opinião pública.
Para não nos deixarmos embair por esses inescrupulosos interesses midiáticos, cumpre não somente dizer a verdade, mas apontar os erros nua e cruamente, doa a quem doer.
É o que faz a matéria de capa desta edição, comentando e analisando o ano velho, a fim de nos prepararmos para os imprevistos do novo ano. Como jornalistas católicos, seguimos a orientação dada pelo Papa Leão XIII: “Não diga nada falso, não cale nada verdadeiro”.
Padre David Francisquini
Pergunta — Durante a pandemia, a água benta foi retirada das pias na entrada das igrejas, e em muitas delas ainda não voltou. Ao perguntar a uma das “agentes da pastoral” de minha paróquia quando voltaria, ela me disse que provavelmente as pias seriam retiradas definitivamente, pois é pouco higiênico deixar “água parada” por muito tempo. Achei seu esclarecimento pouco reverente, mas gostaria de conhecer mais sobre a origem e a importância do uso da água benta. Obrigada.
Resposta — Infelizmente é cada dia mais frequente ouvir comentários semelhantes ao da resposta dessa “agente” citada pela missivista, os quais denotam uma visão exclusivamente humana e naturalista da religião. Foi, aliás, o que levou muitas autoridades eclesiásticas a se dobrarem docilmente diante das exigências do poder sanitário durante a epidemia de Covid, indo por vezes até mais longe do que ele em medidas de precaução.
Na realidade, na imensa maioria das paróquias, o vigário e seus auxiliares cuidam para que as pias e a própria água benta estejam limpas. Além do mais, os fiéis não bebem a água, mas apenas a tocam com os dedos para se persignarem. Na vida comum, com muito mais frequência do que na igreja, tocamos matérias contaminadas e nada acontece, porque Deus nos deu um bom sistema imunológico.
O que esses comentários negativos omitem acima de tudo é o imenso valor sobrenatural do uso da água benta. Como é sabido, ela é — junto com o sinal da cruz — um dos principais “sacramentais” da Igreja. O Código de Direito Canônico os define como “sinais sagrados, pelos quais, de algum modo à imitação dos sacramentos, significam efeitos sobretudo espirituais, que se obtêm por