de todas as religiões se viram até reforçados por declarações oficiais, como aquela assinada em Abu Dhabi pelo Papa Francisco e o reitor da universidade muçulmana do Cairo, na qual é afirmado explicitamente que a variedade de religiões é desejada por Deus, do mesmo modo como a variedade de sexos e de raças.
Até mesmo em cerimônias exclusivamente católicas começaram a ser incluídos elementos pagãos, como aconteceu logo antes da abertura do Sínodo sobre a Amazônia, quando estatuetas de uma mulher indígena grávida, representando presumivelmente a Pachamama (Mãe Terra), foram cultuadas nos jardins do Vaticano e até mesmo dentro da Basílica de São Pedro...
O padre Paulo Suess, professor de missiologia em São Paulo e assessor teológico do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), declarou na ocasião, em entrevista à seção alemã do portal Vatican News: “E qual é o problema? Mesmo que tivesse sido um ritual pagão, o que aconteceu ainda era um serviço de adoração. Um ritual sempre tem algo a ver com a adoração e o paganismo não pode ser afastado sem consideração”. E acrescentou: “O que é pagão? Em nossas grandes cidades não somos menos pagãos do que na selva. É algo em que temos que pensar”.
Antes mesmo da inauguração do Sínodo da Amazônia e diante das críticas de setores conservadores ao escandaloso Documento de Trabalho preparatório, que fazia o elogio dos pajés, o portal IHU On-Line, da universidade jesuíta Unisinos, interrogou o mesmo sacerdote sobre a acusação de sincretismo desse texto que antecedeu o sínodo. O Pe. Suess respondeu: “Na sua origem, a palavra ‘sincretismo’ significava não uma fusão de doutrinas, mas um acordo dos cidadãos de Creta e das ilhas adjacentes perante um adversário comum, interno ou externo” (de fato, o prefixo “syn” significa, em grego, “com, juntos”; daí derivou syn+Creta= synkretismós).
O teólogo da libertação e assessor do CIMI acrescentou que atualmente o sincretismo religioso é algo muito bom, pois une a todos na luta contra o capitalismo: “O adversário comum da natureza e dos habitantes da Amazônia é o sistema econômico que exclui e mata. Oxalá o Instrumento de Trabalho e o Sínodo consigam unir os diferentes ‘cretenses’, credos e crenças da Amazônia, numa aliança inter-religiosa e intercultural contra o Minotauro, monstro, metade homem, metade touro, que aguarda os perdidos no labirinto”.
Quão diferente de todo esse relativismo foi o que ouvimos durante duas importantes festas litúrgicas do mês passado. A Epifania (derivado do grego ἐπιϕαίνομαι: “aparecer”), comemorou a “manifestação” do Menino Deus aos reis magos, que representam todas as raças, como Filho de Deus e Salvador da humanidade, verdadeira Luz do mundo.
Por sua vez, a festa do Santíssimo Nome de Jesus nos lembrou aquilo que o anjo disse a São José: “Ela (Maria) dará à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus, porque Ele salvará o seu povo de seus pecados” (Mt 1, 21). De fato, em hebraico, a palavra “Jesus” quer dizer “Deus Salva” ou “Salvador”.
Jesus Cristo é inegavelmente o único Salvador, como ensinou São Paulo na sua Epístola aos Filipenses: “Por isso Deus o exaltou, soberanamente, e lhe outorgou o Nome que está acima de todos os nomes, para que ao Nome de Jesus se dobre todo joelho no Céu, na Terra e nos Infernos. E toda língua confesse, para a glória de Deus Pai, que Jesus Cristo é Senhor” (2, 9-11).
Nossa Senhora é o canal por meio do qual o nosso divino Redentor veio ao mundo para nos salvar e por isso merece o título de Co-Redentora. Que Ela nos obtenha a graça de uma Fé ilibada e sem a menor mancha de sincretismo ou relativismo.
O arcebispo de Cape Coast, Gana, Dom Charles Gabriel Palmer-Buckle, defendeu no Parlamento o apoio da Igreja Católica a um projeto de lei contra a agenda LGBT. “A atividade homossexual é intrinsecamente desordenada [...]. Se for inerentemente desordenada, de acordo com nossas crenças cristãs, islâmicas e tradicionais, os legisladores têm a responsabilidade de elaborar a lei que responda às nossas aspirações soberanas”. O novo projeto alonga as penas de prisão e força alguns à terapia para corrigir tendências sodomíticas. Também criminaliza a promoção e o financiamento de atividades LGBT, bem como a manifestação pública de “afeto” entre pessoas do mesmo sexo.
Desde Judas, o inferno tenta destruir a Igreja por dentro. Hoje se profanam catedrais, com a anuência de bispos, sob o pretexto de “cultura”. Na catedral de Toledo foi gravado o vídeo musical “Ateu”, apresentando relações carnais. Na catedral de Nantes, os fiéis impediram músicas e cenas exaltando relações sexuais com o diabo ou missas negras. Na catedral de Bariloche, Argentina, o governo estadual pagou espetáculos “culturais” sacrílegos num Festival Internacional de Música, com luzes de boate e telas em que uma mulher dançava nua diante do tabernáculo com o Santíssimo Sacramento presente. Foi “como matar Cristo pela segunda vez”, disse uma testemunha. Outra afirmou que “havia uma sensação de domínio do maligno dentro da catedral”. Vestido com jeans rasgados, o reitor da catedral só apareceu para lembrar as medidas contra a pandemia. Um sacerdote e alguns fiéis tentaram evitar a profanação, mas o exemplo de autoridade vinha de Roma...
No Natal, o regime comunista chinês proibiu, em circular confidencial, a “mestres e alunos qualquer celebração desta festa ocidental. Se alguém vir indivíduos ou organizações festejando o Natal deve avisar logo a polícia”. Na circular consta o endereço para contato policial. Mais espantosa foi a União Europeia proibir o uso da palavra Natal ou “nomes abertamente cristãos”. No Reino Unido, “um aviso do Gabinete” conservador impôs “não usar a palavra Natal, pois o governo quer ser inclusivo, e algumas religiões não o celebram”. Nem comunistas, nem conservadores, nem falsos bons, nem autênticos ruins poderão se queixar quando o Rei dos reis decidir cumprir os castigos anunciados em Fátima.
Por ocasião do último Natal, pesquisa do Pew Research Center constatou pela primeira vez na história americana que os cristãos de todas as confissões somadas constituem minoria. Para a teórica política francesa Chantal Delsol, nós vivemos o fim da civilização cristã e estamos voltando a nos paganizar. O Papa Francisco estarreceu o mundo participando em cerimoniais pagãos de veneração à pachamama, deusa indígena sul-americana. Como evitar que o mundo afunde no paganismo quando altos prelados agem assim? No entanto, o neopaganismo hodierno ameaça desabar de um momento para outro. Podemos ter certeza de que vivemos no prelúdio de uma era em que o Evangelho triunfará em todos os povos da Terra.