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Glória militar, majestade e alegria de viver

Plinio Corrêa de Oliveira

Excertos da conferência proferida pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira em 12 de maio de 1984. Esta transcrição não passou pela revisão do autor.

Vemos nestas fotos soldadinhos de chumbo de peças de coleção. São dois oficiais de cavalaria do tempo do rei Luís XV da França.

O que um espírito dito moderno objetaria contra eles?

Primeiramente diria que são muito orgulhosos, vestidos muito ricamente, como para participar de uma festa, dando a impressão de que desprezam quem não está vestido como eles e não tem os adornos deles.

Depois diria que o homem deve ser mais sério e não se enfeitar tanto assim, que o próprio para o homem verdadeiramente varonil é o macacão. Diria também que se eles não são varonis, não podem dar bons soldados, que homens assim serviam para dançar minueto, mas não para combater verdadeiramente.

Entretanto, a História registra que os guerreiros daquela época (século XVIII) eram de uma coragem prodigiosa. Eles avançavam de maneira destemida, a tal ponto que até hoje deixam os historiadores assombrados.

Tinham coragem de enfrentar qualquer perigo e mesmo a morte, e gloriosamente caminhavam para a luta ou para morte estimulados pelo heroísmo.

Toda carreira é susceptível de deformações. Assim, também a carreira militar pode tornar o indivíduo muito duro, calejado. Para compensar esse endurecimento, é preciso rodeá-lo de aparências delicadas para não se transformar num carniceiro pago, mas num cavaleiro.

Notem o porte ereto deles! Um segura a corneta com altivez, adornada por uma linda bandeira que tremula ao vento.

Observem a espada e a harmonia entre a cor do chapéu e a cor da bota; até parece que o cavalo aprendeu a elegância com o cavaleiro.

Pode-se dizer o mesmo do outro cavaleiro. Um tambor facilmente pode dar em uma coisa muito maçuda, mas revestido com o tecido, é uma beleza. Tudo majestoso dentro da alegria de viver.