P.36-37 | VIDAS DE SANTOS |

São João José da Cruz

Plinio Maria Solimeo

Confessor, vigário provincial dos Alcantarinos na Itália, Ordem que sob a sua direção se expandiu no país. Dotado do dom dos milagres, da bilocação e da leitura dos corações, afirmava que suas profecias eram apenas análises que fazia por analogia.

São João José da Cruz nasceu no dia da Assunção do ano de 1654, em Ischia, na ilha do mesmo nome que fazia parte do reino de Nápoles. Seus pais, José Calosinto e Laura Gargiulo, eram nobres e ricos. O recém-nascido foi batizado no mesmo dia do nascimento, com o nome de Carlos Caetano. Dos seus irmãos, cinco se consagraram ao serviço de Deus.

Carlos recebeu o ensino básico e os alicerces da fé cristã no colégio dos Agostinianos em sua cidade, e desde cedo se distinguiu por sua piedade precoce. Tinha maravilhosa inclinação para o silêncio, o retiro e a prece. Ainda pequeno, escolheu um quarto no recanto mais retirado de sua casa, nele colocou um pequeno altar em honra da Santíssima Virgem, e ali permanecia na maior parte do dia.

Adolescência pura e inocente

Adolescente, ocupava seu tempo em estudo e exercícios piedosos. Já devoto da cruz de Cristo, dormia em uma cama estreita e dura, jejuando em dias determinados durante a semana. Mortificava com frequência sua carne e, apesar do nascimento, da posição social e dos protestos paternos, vestia-se com comedimento para combater o orgulho.

Seu horror ao pecado era igual ao amor à virtude, por isso se manteve puro desde o alvorecer da razão. O ócio, a leviandade, a vaidade e a falsidade, mesmo em assuntos triviais, eram censurados por ele como defeitos severamente repreensíveis.

Carlos transbordava de ternura para com os pobres, reservando-lhes a melhor porção de sua refeição e o dinheiro de bolso que recebia.

A santidade de sua infância mereceu-lhe a graça do chamado divino a um estado de santidade na vida religiosa. Para conhecer onde e como consagrar-se a Deus, redobrou suas devoções e mortificações ordinárias, rezou uma novena ao Espírito Santo e recorreu à sua Mãe Celeste. E foi ouvido.

Reforma de S. Pedro de Alcântara

Ocorreu então de o renomado servo de Deus, Padre João de São Bernardo, franciscano espanhol da reforma de São Pedro de Alcântara, chegar ao país a fim de estabelecer sua Ordem no reino de Nápoles. O pobre hábito e o comportamento devoto desse homem santo e de seus companheiros conquistaram o coração de Carlos, que se reuniu a eles aos 16 anos, sendo o primeiro italiano a entrar para essa reforma.

No convento adotou o nome de João José da Cruz. Na festa de São João Batista de 1671 ele completou seu

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