Paulo Roberto Campos
Gigantesca manifestação rumo à abolição da sentença “Roe vs. Wade”, que legalizou o assassinato de inocentes
Realizou-se com grande êxito no dia 21 último a 49ª edição da March for Life, que transcorre anualmente na capital norte-americana para exigir o fim do aborto no país. Centenas de milhares de participantes esperam que a enorme e crescente reação contra a prática abortiva acabará por obter, ainda neste ano, a vitória definitiva contra a criminosa sentença Roe vs. Wade.
Com essa decisão judicial, aprovada em 1973, o número de nascituros executados “legalmente” no ventre materno aumentou exponencialmente nos Estados Unidos, tornando-se o maior holocausto de inocentes de todos os tempos. Alguns pesquisadores falam em aproximadamente 63 milhões de abortos desde aquele ano até o final de 2021.
Steve Daines, senador republicano do estado de Montana, saudando os participantes da Marcha antiaborto, declarou que “é hora de a Suprema Corte permitir que legisladores estaduais e federais representem seus eleitores e protejam os mais vulneráveis entre nós. É hora de nós, como os Estados Unidos da América, uma nação que deveria ser líder no mundo sobre direitos humanos, reconhecer — o que é o tema da Marcha pela Vida deste ano — que a igualdade começa no ventre.”
Os próprios movimentos abortistas, que festejavam tal decisão da Suprema Corte americana, já não têm mais esperanças de conseguir manter essa ignominiosa lei em vigor.
A American Society for the Defense of Tradition, Family and Property (a TFP americana) participa dessa Marcha em Washington desde que foi lançada, com numerosos membros e sua atraente banda de música, com metais, gaitas de foles e tambores. Alguns tefepistas, além de portarem seus estandartes e capas — que dão colorido especial à manifestação e refletem “o charme grandioso da TFP” —, levam uma linda imagem de Nossa Senhora de Fátima, cópia fiel daquela que chorou milagrosamente em Nova Orleans em 1972. Todos esses símbolos chamaram enormemente a atenção dos participantes da March for Life.
John Ritchie, diretor da TFP Student Action, declarou, durante o grandioso evento: “Definitivamente há uma mudança de humor aqui. O impulso e o entusiasmo não estão mais com aqueles que são pró-aborto [...]. Uma derrota do aborto seria incompleta se não tratasse dos efeitos devastadores da revolução sexual [...]. O único caminho a seguir é um retorno à ordem”.
Os membros da TFP levaram uma faixa com os dizeres: “Uma América post-Roe deve rejeitar toda a revolução sexual. A América deve se voltar para Deus e promover uma cultura de pureza.” Eles também distribuíram largamente um folheto que, entre muitas afirmações importantes em defesa dos valores morais não negociáveis, declara: “Não podemos descansar até que todos os 50 estados estejam livres desse flagelo moral [o aborto] que mancha a honra da nação”.
Provando que “o aborto provocado é intrinsecamente mau”, a TFP afirmou ainda que se deve lutar não apenas contra o aborto, mas também contra os “pecados de impureza […], a revolução sexual dos anos 60 […], deve-se defender e elogiar o casamento verdadeiro — a união indissolúvel entre um homem e uma mulher com exclusão de todos os outros tipos de ‘uniões’” [propaladas pela agenda LGBT].
Nem as baixas temperaturas esfriaram o entusiasmo da multidão que lotou as ruas durante a gigantesca Marcha-protesto contra o massacre de inocentes. Alguns analistas políticos observaram que o número de jovens contrários ao aborto e defensores da família tradicional cresce a cada ano na March for Life; muitos deles levaram bandeiras e cartazes com expressões muito apropriadas contra o pecado do aborto.
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Ao concluir este artigo, uma pergunta me vem à mente: por que a grande mídia nacional é tão fechada para noticiar esse tipo de manifestação? Não é possível que tão monumental Marcha pela Vida tenha passado despercebida, uma vez que conta com vários repórteres na capital norte-americana. Mesmo correndo o risco de ser qualificada de discriminatória, tal mídia prefere fechar seus ouvidos para o “grito silencioso” dos bebês executados.
Fosse uma manifestação de um punhadinho de gente do movimento abortista — que bem poderia se chamar Marcha pela Morte — ela certamente noticiaria em primeira página com grandes fotos, e as TVs focalizariam com destaque em horário nobre.