No período tenebroso da URSS havia dois jornais, o “Pravda” (verdade) e o “Izvestia” (notícia), ambos órgãos oficiais, o primeiro do Partido Comunista e o segundo do governo soviético. Corria então entre os russos uma anedota que dizia: “Na imprensa russa o Pravda não tem Izvestia e o Izvestia não tem Pravda”...
Em relação a Vladimir Putin, vale a anedota. A URSS desmoronou em 1991, mas sobrevive na cabeça paranoica desse déspota, que ambiciona restaurá-la segundo o projeto de seus mentores. Esse neocomunista sonha em ser o novo tsar de um novo Império Soviético. Para isso vale tudo, até mesmo mentir descaradamente para seu povo, por exemplo, obrigando todos os meios de comunicação a noticiar que se trata de uma “operação militar especial” — e não de uma invasão ou guerra — para “libertar os ucranianos do regime nazista” e atender ao pedido de ajuda dos russos que vivem na Ucrânia, que “são tratados como cachorros”.
Ademais, Putin manda sucessivas baterias de fake news na linha de que os russos não bombardearam hospitais, escolas, prédios residenciais ou comerciais, mas que tais edifícios foram destruídos pelos próprios ucranianos para depois acusar os russos, pois “seu exército só tem bombardeado alvos militares”...
Só um derradeiro exemplo, entre muitos outros: Putin acusou a Ucrânia de desenvolver armas biológicas em seus laboratórios. Verificou-se que se tratava de laboratórios farmacêuticos convencionais... Se nós tomamos conhecimento desse desmentido, a população russa, não; ela continua só com a informação fornecida pela mídia oficial, noticiando a existência dos “laboratórios ucranianos com armas biológicas para serem lançadas contra Moscou”.
A mentira foi de tal maneira uma das principais armas do regime comunista — basta ver como os líderes petistas, que comungam de suas ideias, mentem sem o menor constrangimento —, que na antiga URSS a propaganda stalinista acusava os adversários daquilo que os comunistas faziam. Realmente, a primeira vítima nesta guerra deflagrada pelo atual tirano russo tem sido a verdade.
Entretanto, numerosos são os incautos que continuam acreditando em Putin, apesar de toda a carnificina que suas tropas vêm perpetrando na Ucrânia. Vários chegam a achar que ele é um paladino dos valores cristãos... Por que tal ingenuidade?
Catolicismo publica nesta edição três matérias procurando responder a essa e outras questões. Por exemplo, quais são os critérios para se considerar quando uma guerra é justa ou injusta, ou como a Mensagem de Fátima é a chave para interpretar os trágicos lances de uma guerra que poderá desfechar num conflito mundial se o mundo ocidental continuar contemporizando com um ditador crescido na KGB, cuja força está na fraqueza do Ocidente.
O povo ucraniano resiste heroicamente. Mas até quando conseguirá? Peçamos a Nossa Senhora que torne a Ucrânia inteiramente católica, como também a própria Rússia, conforme predito por Ela em Fátima.
Dois anos e meio após o incêndio de Notre-Dame de Paris, o coro da catedral voltou a cantar no Natal em outras igrejas. O público acorreu tão numeroso à imensa igreja de Saint-Eustache, que quase não se podia ver os cantores. Quando a catedral ardeu, muitos choraram o fim da antiga escola de música e seus coros, mas agora, como reparação, em mais de 100 igrejas de Paris “tocamos música de 800 anos atrás, cantos gregorianos, réquiens e música clássica francesa barroca e romântica alemã”, explicou Henri Chalet, diretor da Maîtrise de Notre-Dame. Quem sabe se a Mãe de Deus tolerou um desastre como o de 2019 para advertir e despertar os corações dos filhos que pareciam não se interessar por Ela.
Na tragédia que fez mais de 230 mortos em Petrópolis, as equipes de busca acharam um oratório intacto numa casa levada pela enxurrada. No vídeo, o bombeiro mostra o altarzinho caseiro e diz: “Isso é para aqueles que não acreditam em Deus. [A enchente] Derrubou tudo aqui… Só sobrou o altar da casa”. No oratório caseiro duas imagens de Santa Rita permaneciam em pé e intactas. As equipes também encontraram um oratório com uma imagem de Nossa Senhora das Graças ilesa, no conjunto habitacional do bairro Alto da Serra. A imagem ficou incólume após parte da estrutura ser levada pelos deslizamentos.
– Em que religião acredita o candidato presidencial de extrema esquerda Gustavo Petro? – indagaram os colombianos quando ele, que professa a teologia da libertação, foi recebido em plena campanha presidencial pelo Papa Francisco. O gesto resultou num tiro pela culatra, pois o colombiano católico passou a perguntar então qual é a religião do Papa Francisco. Petro diz que não é “rezador”, não vai à missa, acha que a prática religiosa é “aparência” e o que vale é a militância de esquerda. Para Yann Basset, doutor na Universidade da Sorbonne, Gustavo Petro queria sentar-se com Francisco “para aplacar ou resistir a certos setores da opinião pública” receosos de seu ousado esquerdismo. O analista Andrés Segura achou que Petro considera que “a Igreja é a chave para reforçar sua campanha”.
Na Espanha, a estátua aos combatentes “requetés” (defensores da Igreja e da monarquia legítima contra o comunismo) desapareceu do santuário de Montserrat onde jazem 319 desses heróis. Segundo os fiéis, o Parlamento catalão e os monges beneditinos da abadia agiram de modo “obscuro e traiçoeiro”. Centenas deles fizeram então uma reparação religiosa, qualificando a remoção de “novo assassinato” e lendo ao Prior um manifesto que afirma: “O nosso requeté olhava para a Virgem de Montserrat fazendo sua última oração antes de morrer. Eles queriam descansar aos pés da Mãe celestial esperando o dia da ressurreição da carne e do Juízo Final, quando Cristo os reconhecerá como aqueles que lavaram suas vestes brancas com o sangue do Cordeiro”.