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Crucifixão de Jesus

Plinio Corrêa de Oliveira

Excertos da conferência proferida pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira em 30 de novembro de 1988. Esta transcrição não passou pela revisão do autor.

Esta pintura de Giotto* representa muito bem o episódio pungente que veneramos no Rosário, precisamente no quinto mistério doloroso: “Crucifixio et mors Domini Nostri Jesu Christi” (Crucifixão e morte de Nosso Senhor Jesus Cristo).

Notem que Nosso Senhor crucificado está com o corpo lívido, parecendo que já emitiu ou está por emitir seu último suspiro.

Junto à Cruz estão algumas das santas mulheres. Santa Maria Madalena oscula os pés do Divino Redentor. No centro desse grupo de três pessoas, à direita de Jesus, encontra-se Nossa Senhora, vestida com túnica azul. Nesse mesmo grupo, vemos São João Evangelista amparando-A.

A pintura revela o quanto a Santíssima Virgem foi atingida pela dor, mas está de pé. Quer dizer, com força e com determinação para tudo. Ela foi concebida sem pecado original, portanto, por perfeito amor a Deus, foi capaz de frear em alguma medida a sua própria dor para se sustentar vendo seu Divino Filho sendo crucificado. Assim mesmo, manteve-se de pé o tempo inteiro.

Do lado esquerdo da Cruz, à frente, vemos os soldados romanos que disputam a túnica inconsútil do Salvador Crucificado. Aparece também Longino, segurando a lança com a qual ele feriu o lado de Jesus. Ao fundo, percebe-se a multidão que assistia os acontecimentos.

No Céu estão os anjos cantando a glória de Nosso Senhor, mas anjos invisíveis aos olhos dos homens. Entre estes, apenas a dor e a vergonha.

Esta é a pintura da Paixão de Jesus — a crucifixão e morte — segundo Giotto. Para mim, uma das obras-primas da piedade católica.