aplacar pela penitência e pela conversão, desviando a Vossa ira e convertendo-a em bênção.
Assim foi, misericordiosíssimo Senhor, quando vistes a França prestes a se precipitar nos erros de um século de verdadeiras trevas disfarçadas de luzes e que lhe poderiam obscurecer a glória de filha primogênita da Igreja; Vós, então, revelastes a Santa Margarida Maria de Alacoque o remédio que poderia preservar aquela nação dos horrores da Revolução: a Consagração feita pelo Rei ao Vosso Sacratíssimo Coração.
Tragicamente, justíssimo Senhor, o remédio que oferecestes àquela nação não foi aplicado em tempo, e o mundo viu, estupefato, a que extremos de barbárie podem se precipitar os homens, quando inflamados pelo furor revolucionário.
À vista desse exemplo claríssimo da Vossa bondade e da Vossa justiça e querendo implorar a Vossa proteção contra erros tão funestos, nossa Piedosa antecessora, a Rainha Dona Maria I, fez erguer na então Capital de todos os seus reinos a esplendorosa Basílica da Estrela, a primeira do mundo dedicada ao Vosso Sacratíssimo Coração.
O Brasil, que ainda não se emancipara de Portugal, recebeu os efeitos benignos daquele voto de sua Rainha, que se irradiaram pela nossa história e deverão se irradiar até a consumação dos séculos, desde que a nossa nação permaneça fiel à Vossa Lei.
E para que não nos faltasse, depois da Emancipação, um glorioso monumento ao Vosso Sacratíssimo Coração, nossa veneranda bisavó, a Princesa Dona Isabel, ao ser aclamada com o título de “A Redentora”, lembrada das palavras da Sagrada Escritura non nobis, Domine, non nobis, sed nomini tuo da gloriam, quis que fosse erguido neste local este maravilhoso Santuário em Vossa honra, sob o título de “Cristo Redentor”.
E neste mesmo Santuário, quando não tínhamos mais um Imperador no Trono, as autoridades então constituídas, unidas aos Bispos, consagraram especificamente o Brasil ao Vosso Sacratíssimo Coração.
São tantas as bênçãos que por esses atos solenes derramastes sobre a Terra de Santa Cruz, Senhor, que somente na eternidade poderemos louvar-Vos e agradecer-Vos.
Mas, Senhor, ai de nós! A nossa nação, em vez de desde já começar a Vos louvar e agradecer tanto quanto é possível neste mundo, tantas vezes se afastou dos Vossos Mandamentos, tornando-nos merecedores da Vossa ira.
Sim, Senhor, humildemente confessamos que a nossa nação já não pode mais se jactar de seguir fielmente a Vossa Lei, porque a nossas leis se afastaram gradativamente de Vós, quando aprovaram uma série de normas que levam à fatal dissolução da família e à profanação dos dias santificados, quando permitiram tantos insultos à Vossa Divina Majestade e, sobretudo, quando Vos negaram o culto público e oficial que estamos obrigados a tributar-Vos. Por todos esses pecados Vos pedimos perdão, Senhor, e aqui estamos para, por este ato solene, reparar tantas iniquidades.
Vós dissestes, Senhor, que o Vosso jugo é suave e que o Vosso fardo é leve, porque sois manso e humilde de Coração. Como seríamos felizes, Senhor, se a nossa nação pudesse tomar novamente sobre si o Vosso jugo e o Vosso fardo. Então seríamos aliviados em nossas fadigas e acharíamos descanso para nossas almas.
Por essa razão, nós, que pela morte de nosso saudoso irmão o Príncipe Dom Luiz fomos elevados por Vós à Chefia da Casa Imperial do Brasil, por este ato, em continuidade com nossos predecessores, especialmente a Rainha Dona Maria I e a Princesa Dona Isabel, Vos Consagramos novamente o Brasil, pedindo-Vos que nele reineis, ou seja, que as nossas leis se conformem à Vossa Lei, que as nossas autoridades se submetam a Vós, que a nossa Nação volte a Vos prestar um culto público e oficial que aplaque a Vossa ira, afaste os Vossos merecidos castigos e atraia sobre nós as Vossas bênçãos.
Aceitai, Senhor, esta humilde homenagem que prestamos ao Vosso Coração Sacratíssimo. Embora privados da Coroa e do Trono, somos o depositário, em virtude da legitimidade dinástica, das esperanças de Restauração do Brasil autêntico; somos o herdeiro daqueles Soberanos sob cujos nomes a Vossa Santa Cruz foi plantada neste solo e o Vosso Santo Evangelho foi levado aos seus habitantes originários; somos, enfim, aquele que tem a responsabilidade de representar a continuidade histórica e, portanto, a fidelidade do Brasil à sua vocação Católica. Neste treze de maio, data plena de significado para o Brasil por comemorarmos os 135 anos da Lei Áurea, perante esta Vossa Santa Imagem e junto a tantos brasileiros que aqui vieram para conosco Vos prestar este ato público, de louvor, ação de graças, reparação e consagração ao Vosso Sacratíssimo Coração, pela intercessão de Nossa Senhora da Conceição Aparecida Vos imploramos instantemente, Senhor: VENHA A NÓS O VOSSO REINO!
Pergunta – Obrigado pela resposta sobre os inconvenientes psicológicos e morais da prática de certos esportes praticados por mulheres e da exibição pública de tais eventos. Pergunto se seria cabível também criticar a importância excessiva que tomou o esporte na nossa vida social. Justifico. Basta comparar quantas pessoas vão semanalmente aos estádios (ou assistem campeonatos pela TV) com as que vão a outras atividades elevadas, como concertos, exposições artísticas, visitas culturais etc. Parece-me que, com a profissionalização do esporte, ele está deixando de ser recreativo e se transformando num imenso negócio para os jogadores, os clubes e as redes de televisão. Além de ser causa de violência entre os torcedores, ou pelo menos da disseminação da vulgaridade como insultos e palavrões que se lançam uns aos outros. O que o senhor acha de tudo isso?
Resposta – Partilho plenamente as preocupações do nosso missivista. No meu ministério pastoral, tenho observado os crescentes estragos que a atração excessiva pelo esporte vem causando às almas dos jovens e dos adultos. Entre os mais jovens, quando o esporte vira uma obsessão, eles só pensam na bola e na próxima partida, descuidam dos estudos, do aprimoramento da alma com atividades culturais sãs e a prática da religião. Entre os adultos – sobretudo os homens – o esporte parece ser o único tema de conversa, e ver as partidas ou os campeonatos a única distração, descuidando até por vezes da vida familiar e da participação em atividades cívicas, políticas e sociais da cidade.
No passado, o esporte era praticado com mais moderação, o interesse por ele ocupava um lugar secundário na vida das pessoas e da sociedade em geral, permitindo o florescimento das atividades
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