No Natal, piedoso costume mexicano faz reparação à recusa de hospedagem feita a São José e a Nossa Senhora em Belém
A doçura e as alegrias de Natal contrastam com a dureza da recusa a São José e à Santíssima Virgem quando pediram pousada em Belém, a cidade do rei David, fundador da estirpe da Sagrada Família.
São José bateu à porta da hospedaria explicando que sua esposa estava prestes a dar à luz. Responderam-lhe que não havia lugar. Ele bateu em outras portas, mas ninguém se apiedou da humildade da alta nobreza empobrecida, mas que era daquela cidade e pedia em grande necessidade.
Na fria noite de inverno, só lhes restou irem se abrigar numa gruta que era refúgio de animais!
Em Jerusalém, cidade enriquecida pelas ofertas ao Templo para atrair a vinda do Messias, onde residiam as maiores figuras do povo hebraico como o Sumo Sacerdote, o Sinédrio, o rei usurpador Herodes, a classe sacerdotal e os ricos comerciantes, nem pensavam que o Messias estivesse por nascer em Belém, como deveriam saber pelos anúncios dos profetas.
Isaías assim profetizara tal insensibilidade: “O boi conhece o seu proprietário, e o asno o estábulo do seu dono; mas Israel não conhece nada, e meu povo não tem entendimento. Ai da nação pecadora, do povo carregado de crimes, da raça de malfeitores, dos filhos desnaturados! Abandonaram o Senhor, desprezaram o Santo de Israel, e lhe voltaram as costas” (Isaías 1, 3-4).
Nosso Senhor Jesus Cristo deveria ter nascido em alguma dependência do Templo, ou o rei deveria ter-lhe cedido seu palácio. O Menino Jesus deveria ser aclamado pela nação inteira. Nada disso aconteceu, e o divino recém-nascido foi depositado numa manjedoura, cumprindo-se a profecia de Simeão de que Ele seria a pedra de escândalo para a perdição e salvação de muitos, e para que se conhecessem as cogitações ocultas dos corações (Lc 2, 34-35).
A Sagrada Família, entretanto, nem parecia incomodada por essa recusa. Pelo contrário, ninguém poderia imaginar a alegria de Nossa Senhora e de São José junto àquele misérrimo — e quão glorioso! — presépio da gruta de Belém. Eles adoravam o Menino recém-nascido, Filho d’Ela e Filho de Deus, a divindade encarnada na natureza humana, o Messias anunciado havia séculos!
Nele viam o executor de tudo o que foi prometido aos profetas: a Redenção do gênero humano, a fundação da Santa Igreja, a expansão da civilização cristã em todos os continentes ao longo de todos os séculos.
Nossa Senhora chamou alguns para participar da sua sacrossanta alegria na Santa Gruta de Belém. A começar pelos três santos pastorinhos e, pouco depois, pelos três Reis Magos que vieram do Oriente guiados por uma maravilhosa estrela.
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