A conflagração russo-ucraniana e o crescente poderio chinês ameaçam, qual tsunami, descarregar-se em conflito mundial, quiçá atômico.
Passemos, pois, 2024 em revista, para que a visão de conjunto, ancorada nos fatos e sobretudo na fé, nos prepare para o ano que começa.
Se em 2023 o mundo foi surpreendido por “auroras boreais” em plena zona mediterrânea da Europa(1), 2024 assistiu a uma “inundação celeste” em diferentes estações do ano e em regiões onde tal fenômeno ou não acontece, ou ocorre apenas raríssimamente.
Em março, “uma severa tempestade solar atingiu a Terra, de acordo com o Centro de Previsão do Tempo Espacial da NOAA, fazendo com que partes dos Estados Unidos pudessem ver a aurora boreal”. (2)
Em maio, conforme The New York Times, “as pessoas na Grã-Bretanha ficaram maravilhadas com a visão incomum e espetacular da aurora boreal. As luzes do norte geralmente não chegam tão ao sul. Elas são vistas com mais frequência em latitudes mais próximas do Polo Norte. Pessoas em outros países europeus, incluindo Dinamarca e Alemanha, também relataram ter visto as luzes”. Os espectadores ficaram maravilhados com a visão, manifestando sua surpresa, alegria e, às vezes, choque nas mídias sociais: “Aurora boreal? Nesta época do ano? A essa hora do dia? Nesta parte do país?”. (3)
Em outubro, nova ocorrência: a luz vermelha tingiu os céus de Kiev, de cidades russas(4), e também de diversos outros países. Nos Estados Unidos, até a Flórida (sic!) assistiu à mudança no firmamento.
Quem tem fé sabe que a Providência se utiliza dos fenômenos naturais no governo do universo. E se em 2023 já foi este o caso, quanto mais hoje é nosso dever considerar com seriedade as palavras da Santíssima Virgem em Fátima: “Quando virdes uma noite alumiada por uma luz desconhecida, sabeis que é o grande sinal que Deus vos dá de que vai punir o mundo por seus crimes, por meio da guerra, da fome, e da perseguição à Igreja etc. (5)”
As tempestades solares pareciam simbolizar outra tormenta, muito mais transcendente, na Santa Igreja, instituída por Nosso Senhor para ser o farol da verdade, o “sol da justiça”, segundo expressão da Sagrada Escritura (Malaquias, IV).
O Cardeal Víctor Manuel Fernández lançou, com aval do pontífice, a declaração Fiducia Supplicans, promovendo a bênção para duplas homossexuais e casais em situação de concubinato ou adultério.
Com efeito, a infiltração dos erros na Igreja tentou com renovada sanha obscurecer esse sol com doutrinas e práticas escusas.
No apagar das luzes de 2023, em 18 de dezembro, o novo prefeito do Dicastério para a Doutrina da Fé, Cardeal Víctor Manuel Fernández, lançou, com aval do pontífice, a declaração Fiducia Supplicans, promovendo a bênção para duplas homossexuais e casais em situação de concubinato ou adultério(6).
A declaração, obviamente errônea e escandalosa, contradizia documento da mesma congregação vaticana, publicado dois anos antes, que afirmava não ter a Igreja sequer poder ou autoridade para abençoar uniões ilícitas e pecaminosas(7).
O mês de janeiro assistiu a uma inundação de posicionamentos pró e sobretudo contra a declaração, lembrando o que previra Nossa Senhora em Akita sobre o período do grande castigo: “A obra do maligno vai infiltrar-se até mesmo dentro da Igreja, de tal modo que se verão cardeais opondo-se a cardeais e bispos contra bispos”. (8)
Vejamos apenas alguns exemplos da oposição ao documento que tanto escândalo causou:
— Praticamente todos os bispos da África subsaariana rejeitaram a declaração.
— O bispo auxiliar de Madrid declarou que “as bênçãos a casais homossexuais são contrárias à natureza humana” (9). O bispo de Oviedo disse que a declaração era propositalmente confusa e torcia a verdade sobre as bênçãos. (10)
— Na França, nove bispos saíram a público rejeitando a declaração(11).
— O cardeal Robert Sarah convidou todos a se oporem “a uma heresia que mina gravemente a Igreja”. (12)
— Arcebispo de Kansas City: “nenhum Papa nem dicastério pode mudar o ensinamento bíblico”.(13)
— D. Athanasius Schneider, bispo-auxiliar de Astana, no Cazaquistão: “rezemos pelo Papa para que se arrependa da confusão que criou na Igreja”.(14)
— As dioceses do Caribe francês repudiaram Fiducia Supplicans. (15)
Página seguinte