Nos mistérios dolorosos do Rosário, contemplamos no terceiro a Coroação de Espinhos de Nosso Senhor Jesus Cristo. O que nos traz ao espírito uma série de recordações, que se tornam mais pungentes à vista do Santo Sudário — a sagrada relíquia que merece toda a nossa veneração.
Entre as relíquias trazidas da Terra Santa para o Ocidente, figura esse precioso tecido no qual o sacrossanto Corpo de Nosso Senhor foi envolvido para ser depositado na sepultura, na qual esteve até o momento glorioso entre todos em que Ele, por um ato de Sua própria vontade, ressuscitou-Se a Si próprio. Ele ordenou aos anjos afastarem aquela pedra que lacrava sua sepultura e voltou a entrar glorioso no convívio dos homens.
O Santo Sudário teria sido recolhido por pessoas piedosas e, certamente, levado a Nossa Senhora, talvez a São Pedro, chefe da Igreja. Depois, teria ido parar nas mãos dos imperadores do Oriente.
Posteriormente veio para o Ocidente, ficando na posse da pequena dinastia da Casa de Saboia e, mais tarde, foi para a catedral de Turim, guardado num monumento de mármore, dentro de um magnífico escrínio. Todo o ouro e toda a prata da terra não seriam proporcionais para conter essa relíquia, mas era uma bonita caixa para guardá-la dignamente.