Olhos fixos na luz que lhe ilumina a fronte, o leão, aqui representado, parece assumir uma postura ao mesmo tempo forte, elegante, distendida e vigilante. Sua juba faz lembrar a dignidade própria de um rei. Seu porte altaneiro infunde temor e respeito.
De que modo um simples bicho pode representar tantos valores morais, como a coragem, a vigilância, a nobreza?
Embora irracionais, os brutos tendem instintivamente a manifestar de mil modos sua natureza específica, criada por Deus. E esta manifestação revela a posição que ocupam dentro da ordem do Universo, dando-nos assim oportunidade de conhecê-la e admirá-la, enquanto reflexo magnífico da Sabedoria e Beleza incriadas.
Alguns animais de tal modo manifestam o aspecto simbólico de sua natureza, que as Sagradas Escrituras repetidas vezes apelam para eles, a fim de nos fazer entender e apreciar realidades espirituais e atitudes morais.
Assim, Nosso Senhor Jesus Cristo, ao instruir seus discípulos sobre a missão apostólica que lhes cabia, propõe como modelos de altas virtudes a ovelha, a pomba e a serpente: “Eis que Eu vos mando como ovelhas no meio de lobos. Sede, pois, prudentes como as serpentes e simples como as pombas" (Mt. 10, 16).
Nesse sentido, o leão nos dá exemplo eloquente de combatividade e nobreza. Por isso, ele passou das florestas para os brasões heráldicos, onde habitualmente é representado em posição rompante, a mesma que assume ao atacar sua presa. A semelhança de uma proclamação régia, seu formidável rugido faz-se ouvir a muitos quilômetros, marcando sua absoluta soberania sobre os outros animais.
Por estas qualidades fulgurantes, serviu ele para simbolizar o Rei dos reis, Aquele que é o Leão da tribo de Judá, O Filho da Virgem, a Estirpe de David!