| PONTO DE VISTA | Excertos do pensamento de Plinio Corrêa de Oliveira

Na eventualidade de nova guerra mundial


Tendo em vista a guerra na Terra Santa — em que temos de um lado os EUA aliados dos israelenses, e de outro a Rússia aliada dos palestinos e dos movimentos terroristas Hamas, Hezbollah e Jihad islâmica —, pareceu-nos oportuno transcrever trechos de um artigo de Plinio Corrêa de Oliveira, publicado em nossa edição de abril de 1951.


Inútil seria enumerar os muitos motivos que tornam iminente uma nova guerra mundial.

Não há pessoa de critério e responsabilidade que, fazendo planos para o futuro, não tome em consideração as modificações que uma possível guerra imporia à marcha regular de suas previsões.

Esta provável guerra terá algumas notas preponderantes, que influirão em todos os seus outros aspectos.

Primeiramente, será mundial num sentido muito mais real e profundo do que o conflito de 14-18 ou mesmo o de 39-45. De um lado, os campos de operações militares serão muito mais numerosos.

Todas estas circunstâncias exigirão uma participação militar e econômica muito mais efetiva, das próprias nações que não forem diretamente atacadas em seus cidadãos e seus territórios. O esforço de guerra mobilizará pois, de um modo ou de outro, os recursos do mundo inteiro.

Em segundo lugar, esta guerra em que todas as nações talvez tomem parte, será principalmente uma guerra entre duas nações. Os russos e americanos de tal maneira se avantajam em força e poder sobre os respectivos aliados que a vitória de qualquer dos dois blocos não será senão o triunfo da nação-líder do bloco vencedor.


| PALAVRA DO SACERDOTE |

Palavrão: vulgaridade e pecado

Padre David Francisquini “Deixai de lado todas estas coisas: ira, animosidade, maledicência, maldade, palavras torpes da vossa boca” (Colossenses 3,8).

PERGUNTA – Um amigo me comentou recentemente que havia parado de dizer palavrões, pois lhe tinham dito que era pecado. Acrescentou que recomeçara, porque não via nada de prejudicial nisso, desde que evitasse insultar a Deus, ofender injustamente o próximo ou proferi-los em situações inapropriadas -- num exame oral, numa entrevista para conseguir emprego, por exemplo. Acrescentou ainda que, sendo colérico, era justificável liberar a pressão da panela soltando palavrões. Objetei que tal hábito não condiz com a boa imagem de um católico. Ele me respondeu que quase todas as pessoas gostam de ouvir palavrões e que estes até ajudam a apimentar as conversas e a fazer-se passar por simpático. O que o senhor tem a dizer a respeito?


RESPOSTA – Na cultura popular de hoje, dizer palavrões ou usar linguagem chula é extremamente comum, tendo a vulgaridade se tornado habitual na música, no cinema, na literatura e na linguagem cotidiana, chegando-se ao extremo de moças e até mesmo senhoras soltarem palavrões. Isso à primeira vista pode não parecer pecado, sob a alegação de não se ter necessariamente a intenção de ofender a Deus ou machucar alguém e, quando o fazem, é visto apenas como fruto de uma irritação passageira e sem consequências.

Mas a realidade é mais profunda, e mais rigorosa a resposta. Se o palavrão ou a linguagem vulgar inclui de alguma maneira o nome de Deus, de Jesus Cristo, da Virgem Maria e dos santos, isso é uma violação direta do Segundo Mandamento, que impõe não usar o santo nome de Deus em vão. Se no ato de xingar se ofende o próximo com nomes ou adjetivos vulgares, isso pode constituir um pecado de injúria contra o oitavo mandamento e, de qualquer maneira, vai contra o que diz o Catecismo da Igreja Católica sobre o respeito devido à honra do próximo (n. 2158): “Deus chama a cada um pelo seu nome. O nome de todo o homem é sagrado. O nome é a imagem da pessoa. Exige respeito, como sinal da dignidade de quem por ele se identifica”. Por fim, se o palavrão inclui cumulativamente referências impudicas a órgãos ou questões sexuais, isso entra em colisão também

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