| VERDADES ESQUECIDAS |

Um apostolado especializado: difusão das “Virtudes Esquecidas”

É necessário que se ponham em foco as máximas que o demônio, o mundo e a carne procuram a todo momento relegar para segundo plano. Por Plinio Corrêa de Oliveira (Excertos de artigo de Plinio Corrêa de Oliveira, publicado nesta revista em abril de 1952.)

0s redatores e colaboradores de Catolicismo foram sendo chamados a insistir sobre os problemas, habitualmente menos focalizados, sobre as notícias que a imprensa diária não difundiu ou não pôs em suficiente relevo, sobre os aspectos menos conhecidos de nossa realidade religiosa ou social [...].

Catolicismo não se propôs informar a respeito de tudo, nem orientar em todos os sentidos os seus leitores. Seria uma tarefa por demais ambiciosa para suas forças. Limitou-se ele a um objetivo mais modesto: a acentuar aquilo que menos claramente se acentua, a ser uma nota complementar num imponente conjunto de esforços e de ensinamentos. E, deste papel, não deseja sair.

Uma metáfora: o carrilhão e o sino nas atividades católicas

Católicos de certa cidade do norte da Itália doaram ao campanário da matriz um conjunto de sinos, dos quais cada qual tinha o nome de uma das Encíclicas do Papa Pio XI, então reinante. O toque de conjunto do carrilhão simbolizava o conjunto dos ensinamentos do ilustre Pontífice.

No carrilhão das atividades católicas, este jornal não pretende ser senão um sino. Não se procure nele a melodia toda, mas apenas uma das notas. Esta nota, que é grave, não poderia aliás faltar para a perfeita harmonia do conjunto.

Uma preocupação constante: completar a bondade pela fortaleza

Com efeito, ninguém pode fechar os olhos à grande realidade de que a formação religiosa do Brasil se ressente — falamos da massa — de um evidente ressaibo de liberalismo; diante de nossos inimigos, preferimos não lutar. A atitude dos braços cruzados é justificada por toda uma série de falsas noções de moral.

Entende-se que perdoar pecados é deixar em impunidade perfeita os que pelo mau exemplo ou pelo ensino de falsas doutrinas corrompem as almas. Entende-se que fustigar o vício triunfante, a impiedade insolente, é falta de caridade. Entende-se que a severidade é sempre um mal, a luta é sempre um pecado, a franqueza é sempre uma grosseria, a intransigência é sempre uma brutalidade.

Neste ambiente, quem se pode surpreender vendo que famílias católicas toleram a frequentação dos piores cinemas por seus filhos, as leituras mais perigosas, as companhias mais reprováveis? Quem se pode surpreender vendo que uma tolerância criminosa beneficia na vida social os casais constituídos à margem da lei de Deus? Quem se surpreende, vendo que não combatemos o comunismo com a energia devida?

Em sentido contrário, se todos os católicos temperassem suas outras virtudes com uma orientação antiliberal pronunciada, se soubessem combater em seus filhos os maus costumes e as ocasiões de pecado, se mantivessem no devido isolamento os casais ditos constituídos, se se opusessem ao mau cinema, à má imprensa, ao mau rádio; se todos empenhassem suas forças na luta contra o comunismo, o que seria o Brasil!

Em última análise, de tudo que nos falta, nada nos é tão necessário, tão urgentemente necessário, como uma combatividade intrépida e temperante. Com ela nos salvaríamos. Perecemos à míngua dela.


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