L.J.C.
REVMOS. SENHORES.
EXMAS. SENHORAS.
MEUS SENHORES.
Vai partir o Cavaleiro do bom combate. Irá transpor cordilheiras de sacrifícios, percorrerá os atalhos íngremes das situações difíceis, enfrentará o deserto árido das saudades, sem contar as batalhas árduas que terá de travar.
Feito Cavaleiro da Cruzada do reinado social de Cristo Rei, Nosso Senhor, levando ao peito a cruz branca de Maria, escudado na confiança inabalável da fé, amparado pela força da Eucaristia — o Cavaleiro do bom combate vai vencer.
Nós somos os seus irmãos. Nós pertencemos a esta mesma família espiritual que ele vai deixar por alguns instantes. Permiti que lhe digamos o nosso adeus.
PLINIO,
Nunca supus que viesse a ser o porta-voz dos sentimentos dos Congregados Marianos deste sodalício, à vossa partida.
Não vos quis saudar, a princípio.
Relutei, temeroso, ao ser designado para vos trazer as despedidas e a palavra de homenagem dos vossos irmãos, dos meus irmãos em Nossa Senhora. Pela intimidade de nossas relações, pela amizade que nos une, por nunca ter escondido por vós a mais incondicional das admirações.
Mas, pensando bem, decidi-me a vos dirigir estas despretensiosas palavras, incapazes por certo de traduzir o que nos vai n’alma. Precisamente pela nossa amizade, por ter sempre encontrado em vós um conselheiro, um mestre, um guia, resolvi-me, enfim, a vos dizer o quanto todos nós vos queremos, o quanto todos vos devemos.
Não exagero. Pois tenho plena convicção de que o maior dos ensinamentos que me tendes ministrado com vossas palavras e vossos atos, a todos nós, é dado auferir — é o vosso exemplo.
O modelo vivo de verdadeiro católico que sois, vós o deveis ao vosso espírito de fidelidade à Igreja.
Este é o grande exemplo que nos deixais ao partir. Se ides agora desempenhar-vos da ingente missão de deputado à Assembleia Nacional Constituinte, não é senão para servir a Causa dessa Igreja a que tendes dedicado o melhor de vossos esforços e à qual consagrastes toda a vossa individualidade.
Começastes por vos entregar à tarefa imprescindível de romper com a indiferença política dos católicos.
O caráter de nossa gente se abastardava ao contato pernicioso com os políticos de nossa terra. E uma aversão explicável, embora não justificável, afastava das atividades políticas os homens de bem que não quisessem nela perder o tempo ou a honra.