P.44-45 | REGISTRO HISTÓRICO |

COVADONGA

300 heróis para salvar a Europa da invasão do Islã

Pela intercessão da Santa Mãe de Deus, lutando até o fim quando tudo parecia perdido, um punhado de fiéis obteve há 1300 anos um milagre bélico que marcou a fundação da Espanha. Luis Dufaur

A Batalha de Covadonga foi um embate decisivo para conter a invasão das hordas maometanas que avançavam sobre um continente que lhes abria as portas.

Há aproximadamente 1300 anos, uma vitória contra todas as probabilidades permitiu que a península ibérica — e com ela toda a América Latina, as Filipinas e outros países — fosse católica.

Nada mais natural do que a comemoração desse milagre por parte do Estado espanhol e da Igreja Católica. Porém, essa data transcendental foi ignorada pelas altas esferas civis e religiosas hispânicas e europeias, sendo rememorada apenas em eventos de segunda ou terceira importância, para ficar constando que algo foi feito.1

A Espanha é atualmente governada pelo socialismo revolucionário, comprometido com a falsidade histórica contrária às glórias da Cristandade e engajado na Revolução Cultural. Esse governo e seus afins europeus veem com maus olhos aquele triunfo em Covadonga da fidelidade heroica, oposta ao diálogo entreguista e ao falso ecumenismo.

Sobremaneira pungente foi o menosprezo da memória do milagre da Santíssima Virgem pela hierarquia eclesiástica. A Nossa Senhora de Covadonga, chamada La Santina, que preside a gruta da batalha, sempre foi atribuído o milagre da resistência de 300 heróis chefiados pelo rei de Astúrias, Dom Pelayo.

Naquele período do século VIII, todo o Catolicismo esteve em jogo, pois a expansão do Califado islâmico, após se consolidar na Ibéria, avançaria sobre uma Europa imersa no caos desde a extinção do império romano em 476.

Hoje, contudo, a hierarquia eclesiástica na Espanha e alhures acolhe o invasor islâmico e deblatera contra o punhado de fiéis ao catolicismo tradicional, contra aqueles míticos 300 heróis salvadores da civilização.

Sintoma revelador desse ódio anticatólico foi o fato de o mais renomado pintor espanhol em vida, Augusto Ferrer-Dalmau, denominado “o pintor de batalhas” [foto abaixo, no círculo], ter concluído para a data uma magnífica pintura retratando o embate com admirável arte e

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