Pouca comunhão e quase nenhuma participação do “povo de Deus”... o mesmo que terá de sofrer as consequências!
Parece que da mesma Caixa de Pandora saíram alguns dos 21 novos cardeais nomeados em outubro. O principal organismo que promove a infiltração do lobby homossexual na Igreja publicou matéria em que comemorava: “De modo geral, aqueles que tinham registros públicos positivos sobre questões LGBTQ+ foram amplamente recebidos”. (34)
Entre os nomeados está o ex-superior geral dos dominicanos, Pe. Timothy Radcliffe. O religioso fez recentes declarações blasfemas e escandalosas, como: “certamente [o ato homossexual] pode ser generoso, vulnerável, terno, mútuo e não violento. Então, de muitas maneiras, eu acho que ele pode expressar a autodoação de Cristo (sic!)”. (35)
Era de se esperar que essas abominações suscitassem reações. De fato, as houve. Mas infelizmente, talvez levados pelo desespero, muitos começaram a tomar uma atitude tresloucada e cismática. A mais emblemática delas foi a do Arcebispo Carlo Maria Viganò, ex-núncio apostólico nos EUA.
Confundindo denúncias documentadas com conclusões precipitadas e linguagem desrespeitosa, o prelado fez declarações em que não reconhecia o Papa Francisco e desconsiderava a priori qualquer autoridade vaticana. Tal conduta errada e imprudente valeu-lhe a declaração de excomunhão por cisma. (36)
Bem diferente foi a postura de outros altos eclesiásticos, como o Cardeal Raymond Burke. Respeitoso na linguagem, mas decidido em sua posição, denunciou o documento final do Sínodo: “Ninguém conseguiu definir qual é o significado de sinodalidade — isso se tornou uma espécie de suporte para o avanço de todos os tipos de ideias sobre a Igreja, sobre a liturgia sagrada. Isso vai simplesmente gerar mais confusão e divisão, prejudicando a missão da Igreja. Deveríamos estar dedicando nossa energia à proclamação da verdade sobre a vida humana, sobre a natureza humana, o casamento e a família [...]. Portanto, rezo com todas as minhas forças para que isso seja corrigido”. (37)
O Arcebispo de Sidney (Austrália) também alertou para os desvios sinodais: “O Sínodo sobre Sinodalidade não pode reinventar a fé católica”. (38)
Outra declaração, talvez a mais contundente e incisiva até o momento, foi a do bispo emérito de Tyler (Texas, EUA), Dom Joseph Strickland [foto]. Durante rosário público que promoveu ao lado da reunião anual da conferência episcopal de seu país, o prelado leu carta aos bispos americanos (39):
“Os senhores se reúnem aqui hoje, apóstolos dos dias atuais, enquanto a Igreja e, portanto, o mundo está à beira de um precipício. No entanto, os senhores, a quem foi confiada a guarda das almas, preferem não dizer uma palavra sobre o perigo espiritual que sobeja. Hoje estamos à beira de tudo o que foi profetizado sobre a Igreja e as abominações que surgirão nestes tempos, um tempo em que todo o inferno atacará a Igreja de Jesus Cristo e um tempo em que os anjos caídos do inferno não mais procurarão entrar em seus salões sagrados, mas ficarão do lado de dentro, espreitando pelas janelas e abrindo as portas para dar as boas-vindas a mais destruições diabólicas.
[...] Muitas pessoas perguntaram o que será necessário para que mais do que alguns bispos finalmente se manifestem contra as mensagens falsas que fluem constantemente do Vaticano [...]
Os senhores não sabem que Nosso Senhor enviará seus anjos vingadores para amontoar brasas de fogo sobre as cabeças daqueles que foram chamados para serem seus apóstolos e que não guardaram o que Ele lhes deu?
No entanto, quase todos os senhores, meus irmãos, assistiram silenciosamente à realização do Sínodo sobre a Sinodalidade, uma abominação construída não para guardar o Depósito da Fé, mas para desmantelá-lo, e ainda assim poucos foram os gritos ouvidos dos senhores — homens que deveriam estar dispostos a morrer por Cristo e sua Igreja. [...]
Peço aos fiéis que rezem fervorosamente para que todos os pastores encontrem suas vozes e digam comigo: “Que viva Cristo Rei – viva Cristo, o Rei, a Verdade Encarnada!”
As palavras do bispo texano foram uma lufada de ar fresco para os fiéis. Em nenhum momento faltou com o respeito devido à autoridade, mas foi firme. Rezemos e esperemos que continue nesta linha, sem se desviar para os desatinos do arcebispo Viganò.
Diante da avalanche de notícias que acabamos de ver, podemos ser tentados de desânimo. Por isso é oportuno recordar a passagem da Sagrada Escritura a que fizemos breve alusão acima. Trata-se do trecho do profeta Malaquias, capítulo IV, no qual profetiza um grande castigo para os ímpios, seguido da vitória do “sol de justiça”:
“Porque eis que virá um dia ardente como uma fornalha acesa. Todos os soberbos, todos os que cometem a impiedade serão como a palha; este dia, que está para vir, os abrasará, diz o Senhor dos exércitos, sem lhes deixar nem raiz, nem ramos.
“Mas para vós que temeis o meu nome, nascerá o sol da justiça, que traz a salvação sob as suas asas; saireis então e saltareis (alegres) como novilhos ao sair do estábulo.
“Calcareis os ímpios, que serão como cinza debaixo da planta de vossos pés, nesse dia em que eu agir, diz o Senhor dos exércitos”. (40)
Apesar de toda a decadência nos meios católicos, a Santíssima Virgem parece estar derramando um orvalho de graças em muitos setores da Igreja e da sociedade, fomentando um renascer da fé, ainda muito incipiente, mas que alimenta nossa confiança para o futuro.
Segundo pesquisa da Associated Press, “os padres progressistas que dominaram a Igreja dos EUA nos anos que se seguiram ao Concílio Vaticano II estão agora na casa dos 70 e 80 anos. Muitos estão aposentados. Alguns já morreram. Os padres mais jovens são muito mais conservadores”. (41)
No Canadá, “relatos de declínio da prática religiosa entre os católicos no Canadá estão se tornando mais frequentes a cada ano, mas uma tendência diferente, mostrando maior interesse de jovens adultos,
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