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| MATÉRIA DE CAPA | (continuação)

O ato terrorista não intimidou a TFP

“Só se jogam pedras em árvores que dão frutos”... Se a ação da TFP não produzisse bons frutos, ninguém se incomodaria, ninguém jogaria uma pedrinha sequer. A detonação dessa bomba foi uma grande honra para a TFP. É uma honra ser perseguido por amor de Deus, e Ele ampara os perseguidos por amor à Justiça. O atentado terrorista não intimidou a entidade, principal baluarte contra o comunismo no País. Ela continuou altaneira a levantar seus estandartes rubros, marcados pelo rompante leão dourado, nas praças públicas em suas memoráveis e brilhantes campanhas contra o terror da doutrina e dos regimes comunistas, inclusive quando infiltrados sorrateiramente dentro da Igreja.

Cumpre notar que as mãos terroristas lançaram a bomba bem nas vésperas do início de uma grande campanha da TFP contra o chamado “progressismo”. Ela denunciava a infiltração esquerdista nos meios católicos, que pretendia uma nova Igreja que abonasse o comunismo. Imaginaram que, aterrorizando, os membros da TFP se acovardariam? Ledo engano! Eles se lançaram às ruas de 514 cidades numa muito eficaz campanha que marcou época*.

Devido à eficácia da ação anticomunista da TFP, jogaram a bomba; da bomba nasceu o Oratório; do Oratório nasceram as vigílias noturnas. Nele nasceu um ato pioneiro no Brasil: a prática de se rezar em público o Santo Rosário. Essas vigílias eram iniciadas às 18 horas e terminavam às sete horas da manhã.

Durante toda a noite até o amanhecer, sempre dois membros da TFP (sócios, cooperadores ou correspondentes), alternados de hora em hora, eram vistos revestidos com as capas rubras da entidade, ajoelhados em genuflexórios colocados diretamente na calçada, de costas para a rua, algumas vezes no frio ou na chuva, rezando o Rosário diante da imagem danificada pela bomba comuno-terrorista.

Ladeando o Oratório, dois imponentes tocheiros eram acesos no início da vigília. Suas chamas simbolizavam as orações que subiam aos céus. Frequentemente, os membros da TFP eram acompanhados nas orações por pessoas do público de todas as classes sociais.

Muitas vezes, automóveis paravam em frente, seus ocupantes rezavam brevemente e partiam, mas algumas vezes (estes sempre em alta velocidade e na calada da noite) passavam com indivíduos gritando insultos. As vigílias nunca eram interrompidas, continuavam as orações subindo aos céus. Um lugar com essas características talvez seja o único no mundo!

Nossa Senhora das Flores, da Calçada ou da Rua

Tal a proximidade do Oratório com a rua, e daqueles que sobem e descem por ela, que o poeta Guilherme de Almeida escreveu: “Procure-a nas horas de tristeza e procure-a nas horas de alegria, pois ela, Nossa Senhora da Rua, sendo da Rua, há de entender-nos melhor.

Explorando essa mesma ideia, com o título NOSSA SENHORA DA RUA, uma devota, vizinha do Oratório, Semiramis do Amaral Vieira de Morais, compôs uma bela poesia, transcrita no quadro da p. 31.

O Oratório sempre era visto muito florido pelos populares, ganhou até algumas rosas de prata, permanentemente expostas ladeando a imagem. Com frequência, era tal a quantidade de flores ofertadas, que elas eram dispostas em vasos na calçada. Um devoto ofereceu-lhe uma coroa de ouro, que lhe cinge a fronte; outro um tercinho de prata; outro uma rosa de ouro. Nenhuma das flores eram compradas pela TFP, mas oferecidas por pessoas do público que ali acorriam a fim de dirigir suas súplicas à Senhora da Imaculada Conceição.

A Ela o fundador da TFP nutria tal confiança e tal certeza no seu poder junto a Deus para interceder pelos que rezam, que certa vez ele disse: “Se alguém pedir algo a Nossa Senhora lá no Oratório e não for atendido, venha cobrar de mim.”

Nesse sentido, entre milhares de comentários do público, reproduzo apenas um: “Eu vivo da proteção que Nossa Senhora me dá aqui no Oratório. Tudo que pedi, Ela me deu — o senhor preste atenção: TUDO. Aqui Nossa Senhora dá tudo o que a gente pede.” Declarou, comovida, uma senhora a um membro da TFP em frente à sede da Rua Martim Francisco. Aliás, nesta sede por alguns anos esteve estabelecida a redação de Catolicismo, assim como do Serviço de Imprensa da TFP e da Agência Boa Imprensa.

Reconquista do Oratório

Por razões judiciais que não vem ao caso expor aqui, para não alongar demasiadamente esta matéria, as vigílias de orações no Oratório foram interrompidas em 2004, sendo restabelecidas no dia 13 de dezembro de 2024 pelos membros do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira. Durante o tempo em que ficaram privados do imóvel, as vigílias prosseguiram em suas respectivas sedes, bem como nas sedes das TFPs e associações-irmãs de diversos países.

Eis um comentário recente, feito por outra senhora: “Fico muito contente com a reabertura das vigílias

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