meses poderão dar. Eis a análise do conhecido colunista espanhol Andrea Rizzi:
“Uma vitória total da Rússia seria um ponto de virada histórico. Mas mesmo um acordo que sancionasse uma perda territorial significativa e a inibição da liberdade de política externa do que restou da Ucrânia seria um sucesso geoestratégico para a Rússia que não só teria um impacto na região, mas mudaria as relações globais, com o entendimento de que as democracias ocidentais podem ser derrotadas em questões de extrema importância por pura superioridade de força de vontade. Seria uma mensagem de efeito imensurável em escala global: tanto para os aliados europeus, que seriam tocados pela realidade do distanciamento americano da região, quanto para toda a galáxia de regimes autoritários insatisfeitos com a primazia ocidental, que veriam seu enfraquecimento e a desintegração do vínculo entre seus principais representantes”.(59)
Até o momento em que escrevo, Israel parece estar com quase total vantagem sobre o Irã e seus proxies Hamas (Faixa de Gaza) e Hezbollah (Líbano). Grande parte da liderança destes últimos foi dizimada, e sua cadeia de comando parcialmente desmantelada. (60)
Em fins de outubro, as forças armadas israelenses bombardearam centenas de alvos estratégicos em território iraniano, incluindo bases militares e depósitos de armas, impedindo uma retaliação significativa do Irã. (61)
Exatamente um mês depois, Israel e Hezbollah assinaram um cessar-fogo no Líbano e iniciaram a retirada de tropas das zonas de conflito. Se o frágil acordo for observado por ambas as partes até fins de janeiro, ele seria permanente. (62)
Estamos nos encaminhando para o fim do atual conflito no Oriente Médio? É difícil prever. O grande receio dos analistas militares é o papel que desempenhará a China neste e outros casos.
Segundo o presidente do Instituto para o Estudo da Guerra, general Jack Keane (ret.),
“A maior mudança geopolítica nos últimos 3 ou 4 anos é o grau de cooperação e coordenação entre Irã, China, Rússia e Coreia do Norte. Isso cria uma situação muito perigosa globalmente. Por quê? Porque se a China começasse uma guerra na região do Indo-Pacífico, no mar do sul da China, ou com Taiwan, é provável que então a Rússia faça o mesmo, porque eles sabem que os EUA não poderiam lidar com duas guerras simultâneas, e nos acharíamos em um conflito global. Este é o perigo diante de nós. Eu estive em uma comissão do congresso americano por 20 meses, e esta foi a grande conclusão no que se refere aos perigos para os EUA e seus aliados”. (63)
Em setembro, China e Rússia realizaram exercícios militares conjuntos próximos ao Japão: “90.000 soldados e mais de 500 navios e aeronaves foram mobilizados para o maior exercício do tipo em 30 anos”. (64)
Antes, em maio, a China já havia realizado extenso exercício militar aéreo e naval em torno de Taiwan, em claro sinal de protesto e ameaça pelos resultados das eleições na ilha, que elegera um presidente anti-Pequim. (65)
Em 19 de novembro, uma comissão de estudo do Congresso americano publicou um relatório de 793 páginas sobre a ameaça chinesa para os Estados Unidos. As conclusões são preocupantes para o equilíbrio mundial: “Pequim agora têm o potencial de derrotar os EUA em um futuro conflito regional”. A China também está “escalando as tensões na região do Indo-Pacífico contra o Japão, além da pressão militar contínua visando Taiwan e as Filipinas”. Nas últimas duas décadas, diz o estudo, o governo comunista chinês concentrou seus esforços em “construir um grande número de mísseis, navios, aeronaves e outros sistemas para um futuro conflito no Indo-Pacífico”. (66)
Esta visão panorâmica pode nos inundar de preocupações. Entretanto, se colocamos a glória de Deus no centro e não nossas pessoas, começaremos a ver o grandioso do quadro. É quando tudo parece irremediavelmente perdido que a Divina Providência costuma intervir: a História dá disso abundantes exemplos.
Se é verdade que em 2024 apareceram muitos sinais no céu, muito mais expressivo é o Sinal, com S maiúsculo, que Deus quis dar ao mundo: “uma Senhora mais brilhante que o sol”, como descreveu um dos pastorinhos de Fátima, “uma Mulher vestida do sol com a lua debaixo dos pés, e uma coroa na cabeça”, como descreve o Apocalipse (12,1).
Sim, essa Senhora tem coroa porque é Rainha, e tudo o que Ela pede a seu Divino Filho, obtém. Ela nos promete seu auxílio se a Ela recorremos com confiança e persistência em todas as vicissitudes, quaisquer que sejam.
Tudo o que Ela promete, Ela cumpre.
Ela prometeu intervir, intervirá.
Prometeu triunfar, triunfará!