pode imaginar a grandeza da glória que teria o povo de Israel. Mas aquele povo recusou, coroou de espinhos e crucificou o Rei de Israel.
Colocam uma coroa de espinhos sobre a cabeça de Jesus. A coroa da dor, da irrisão, da vergonha. Ele cheio de dores no Corpo, mas sobretudo cheio de dores na Alma. A nação eleita O tinha recusado e estava se transformando em infâmia.
Na Paixão de nosso Divino Salvador há o misto de dor lancinante e de triunfo, sobretudo quando Ele ressuscita!
Que lição tirar de tudo isto? — Assim é a vida do católico! Assim é a vida da Igreja, cheia de humilhações e de vitórias. Humilhações tão grandes que se poderia imaginar que Ela nunca se reergueria. Vitórias tão grandes que se diria que Ela nunca mais cairá. Como uma barca que vai por ondas vertiginosas, que a levantam ao alto, mas depois ao fundo da voragem. Assim a barca de São Pedro vai percorrendo a História, com todas as glórias e honras, mas também com todas as dores e humilhações de Cristo Coroado de espinhos.
Um magnífico símbolo dessa dor e glória é a Sainte Chapelle, em Paris. Três espinhos da Sagrada Coroa posta em Nosso Senhor foram obtidas por São Luís, rei de França. E para abrigar devidamente esses adoráveis espinhos, ele mandou construir um dos mais belos monumentos da arte medieval e, portanto, de toda a História: a Sainte Chapelle — verdadeira caixa de cristal com nervuras de granito, onde se celebrava o Santo Sacrifício.
Entrei na Sainte Chapelle e fiquei tão maravilhado que tive um suspiro: "Ahahah!!!". Eu não pensava que fosse tão bonita!
Não tive palavras para reagir... Foi o único lugar no mundo que visitei e fiquei sem ter o que dizer! Notre-Dame me extasiou, mas a Sainte Chapelle com os seus vitrais causou-me tal impressão, tal maravilhamento que, literalmente, fiquei sem palavras. Encantadíssimo! Um edifício-relicário para os três espinhos dessa Coroa Sacrossanta que acabamos de considerar.
A exposição itinerante "The Mystery Man" — da qual tratamos na edição de junho/2023 desta revista — continua percorrendo a Espanha e, enquanto escrevemos, é exibida nas catedrais de Caravaca de la Cruz, em Múrcia, e de Elche, no Alicante. Seu giro suscita um interesse sempre renovado pelo Santo Sudário que envolveu o Corpo Santíssimo de Jesus, tendo sido publicados depoimentos de especialistas com novas descobertas, entre eles os do Dr. Jorge Manuel Rodríguez Almenar, professor de Direito na Universidade de Valencia e presidente do Centro Espanhol de Sindonologia. Este centro é formado por espe-