ficaram as marcas do Corpo de Jesus, mas só séculos depois, com o advento da fotografia, elas foram vistas! A ciência ímpia dobrava os joelhos e dizia: Cristo venceu!
No sagrado tecido é possível notar, sem qualquer dúvida, sinais da flagelação, da coroação de espinhos e da crucifixão. Diante disso, que atitude toma o homem do século XX? A impiedade do século XIX levou essa cajadada na cabeça e o século afundou no passado. E o nosso século? É tal maravilha o Santo Sudário, é tal prova da existência de Nosso Senhor Jesus Cristo, tal prova de que Ele ressuscitou, tal prova daquilo que cremos, que se deveria ficar verdadeiramente encantado e em todos os ambientes se deveria falar do Santo Sudário. Mas o geral dos homens contemporâneos dá as costas para esse milagre.
Com o desenvolvimento das descobertas científicas, começaram a provar a autenticidade daquele precioso pano de linho. E os aparelhos modernos foram capazes de determinar a antiguidade do tecido. Verificaram até de que tipos de plantas extraíram as fibras com as quais teceram o Sudário, uma espécie de lençol, ou mortalha. Cientificamente demonstraram que elas eram da região onde se localiza a cidade de Jerusalém. Cientistas encontram até fragmentos mínimos de pólen de flores que, levados por ventos, impregnaram o pano; eram daquela mesma região, mas também da região da Turquia e da Europa, assim comprovando o itinerário percorrido pelo sacrossanto Sudário.
Pela análise científica da fotografia do milagroso linho ficou revelado inclusive que nos olhos de Nosso Senhor colocaram duas moedas — era costume da época colocá-las nos cadáveres a fim de manter os olhos fechados —, e elas são da época em que nosso Salvador veio ao mundo! [foto].
Há várias outras comprovações, cada uma mais brilhante que outra, certificando extraordinariamente até à evidência a autenticidade do tecido sagrado. Até mesmo os cientistas estudaram que há três dimensões na imagem do Sudário. Um mistério, um milagre, pois isso não ocorre nas fotografias normais.
Percebemos que o século XIX recebeu ao expirar uma grande manifestação da grandeza, do poder e da bondade de Deus: a verdadeira maravilha, que é a história do Santo Sudário! Mas o século XX portou-se diante desse milagre da seguinte maneira: olhar, não se converter e terminar numa tentativa de blasfêmia! É o curso da Revolução!
Nosso Senhor Jesus Cristo é Rei. Interrogado durante a Paixão pelos que O julgavam — sem direito de julgá-Lo —, Pilatos perguntou: "És tu o Rei dos judeus?" E Jesus respondeu "Sim", que verdadeiramente era Rei. Donde terem pregado no alto da Cruz a inscrição I.N.R.I. (Iesus Nazarenus Rex Iudaeorum — Jesus Nazareno Rei dos Judeus). E também, para debicar d’Ele, mandaram coroá-Lo com uma coroa de espinhos; vesti-Lo com uma túnica e a vara dos bobos na mão (como se fossem a túnica e o cedro de rei).
Jesus Cristo é verdadeiramente Rei. Rei, antes de tudo, por ser Ele. O Verbo de Deus Encarnado; Deus feito homem. E Deus é Rei! Portanto, nosso Divino Redentor era Rei; plenamente Rei, porque Ele era Deus. Se há alguém sobre esta Terra que é Rei, era Ele e continua sendo e sê-lo-á para sempre.
Essa realeza d’Ele era de um reino que Ele possuía por natureza, mas tinha também por direito de conquista. Ele havia conquistado o mundo. Ele viera à Terra, fizera inúmeros milagres, convertera os homens e tinha o direito sobre o gênero humano que Ele vinha converter, era o Homem-Deus e, portanto, Rei do mundo inteiro. Mais ainda, Ele era Rei a um outro título: Ele morreria para resgatar os pecados dos homens e abrir para eles a porta do Céu. Ele se tornava Rei porque, pela sua morte, iria resgatar o mundo. Não Lhe faltavam títulos para realeza de toda ordem.
Os judeus deveriam ter reconhecido isso, porque Nosso Senhor Jesus Cristo fez todos os milagres que provavam sua realeza. Além de descendente dos antigos reis, a santidade, a profundidade incomparável de sua doutrina, provavam isso. Não Lhe faltava nada para ser verdadeiramente Rei. Que outra coisa se pode fazer perante uma figura assim, senão ajoelhar-se?
O Antigo Testamento narra como seria o Messias. Bastava olhar para Jesus para ver que Ele era o Messias. Faltava-Lhe apenas ser crucificado e morto para que se completassem as profecias sobre Ele, mas qualquer um que de boa fé estudasse tudo isso, deveria reconhecê-Lo como Rei.
O Antigo Testamento fala do reino do Messias, o Salvador, que seria rei de Israel e que teria um reino que se estenderia sobre o universo inteiro, e que seria o reino de glória e o reino eterno que nunca mais se extinguiria. Eles esperavam que viesse um príncipe da Casa de David, mas um conquistador extraordinário, um político extraordinário, um militar extraordinário que brilhasse como um príncipe terreno e expulsasse para longe os romanos, que se tinham metido dentro de Israel e que eles consideravam conquistadores, e que tomasse conta de Jerusalém para fazer um reino de glória, perto do qual o de Salomão não tinha sido senão um tímido prefácio, uma pequena prefigura, mas iria brilhar o reino d’Ele por todos os séculos.
Ele vem e não conquista. Perguntam-Lhe se reconhece a autoridade de César, Ele diz que sim (os judeus queriam se livrar do governo de César). Perguntam a Jesus sobre seu reino, e Ele diz que era um reino que não era deste mundo. Por que isso? — Porque Ele, Homem-Deus, não só conhecia o futuro, mas era Aquele que dispõe do futuro. O futuro seria como era, porque Ele queria ou porque Ele consentia. O governo de todos os acontecimentos da História pertence a Ele. Ele sabia que seria Rei realmente. O reino d’Ele chamar-se-ia Igreja Católica Apostólica Romana. Não é um reino deste mundo, não é um reino feito para ter tropas e exércitos, fazer política etc. É o reino feito para difundir o nome d’Ele e a mensagem d’Ele a todos os homens e para que a Lei de Deus governasse a Terra inteira. Não tem nada de comum com política, é algo de incalculavelmente superior à política: é o Reino de Deus nesta Terra! E essa glória Ele a realizou!
Um grande mistério que não se poderia compreender: Jesus Cristo reinaria de dentro de todos os sacrários do mundo. Quem poderia compreender uma coisa dessas!? Mas Ele tinha razão: o reino d’Ele não era deste mundo!
Ele era Rei dos judeus? Mais especialmente porque os judeus eram a nação eleita, era o povo predileto, havia uma promessa de que o Filho de Deus se encarnaria, que a Virgem seria judia e teria um Filho, portanto judeu de raça e seria ao mesmo tempo o Homem-Deus. Se os judeus tivessem correspondido à graça, ninguém