Recente confirmação da cura, oficialmente reconhecida como milagrosa, do soldado John Traynor, da Marinha Real Britânica.
No dia 8 de dezembro passado, festa da Imaculada Conceição, Dom Malcolm McMahon, Arcebispo de Liverpool (Inglaterra), comunicou a cura milagrosa do soldado da Marinha Real Britânica, John Traynor, no 81º aniversário de sua morte.
Esse foi o 71º milagre ocorrido em Lourdes a ser aprovado, depois de o Dr. Alessandro de Franciscis ter pedido, no ano passado, a revisão do caso Traynor, realizada pelo médico inglês Dr. Kieran Moriaty, membro do Comitê Médico Internacional de Lourdes.
Em sua pesquisa, o Dr. Moriaty descobriu várias pastas nos arquivos de Lourdes, que incluíam os depoimentos dos três médicos que naquela época examinaram Traynor antes e depois de sua cura, juntamente com outras evidências.
Isso levou a que o caso de Traynor fosse declarado não explicável pela ciência médica e considerado milagroso pela Igreja.
O arcebispo Dom McMahon declarou: “Dado o peso das evidências médicas, o testemunho da fé de John Traynor e sua devoção a Nossa Senhora, é com grande alegria que declaro que a cura de John Traynor, de múltiplas condições médicas graves, deve ser reconhecida como um milagre realizado pelo poder de Deus por meio da intercessão de Nossa Senhora de Lourdes.”
O fato de o Arcebispo de Liverpool declarar depois de tanto tempo que a cura do militar inglês pode ser considerada milagrosa, mostra todo o rigor da Igreja em aprovar um milagre. Para se ter ideia disso, constate-se que o Bureau Médico de Lourdes, encarregado de analisar as possíveis curas tidas por milagrosas, registrou, desde 1905, sete mil curas “medicamente inexplicáveis”. Entretanto, destas, só 70 foram declaradas “milagrosas” pela Igreja.
John Traynor nasceu em Liverpool, em 1883, de mãe irlandesa. Ela faleceu quando ele ainda era jovem. Em seu testemunho apresentado no site do santuário, Traynor afirma que “sua devoção à Missa e à Sagrada Comunhão e sua confiança na Mãe Santíssima permaneceram com ele como uma memória e um exemplo frutífero”. Pois sua mãe era, naquela época, “comungante diária quando poucas pessoas o eram”.
No início da Primeira Grande Guerra (1914-1918), participando no sítio de Antuérpia como membro da Reserva da Marinha Real, John Traynor foi atingido na cabeça por estilhaços ao tentar carregar um oficial para fora do campo. Recuperando-se rapidamente, voltou ao serviço.
Em 25 de abril de 1915, ele participou de um desembarque anfíbio nas costas de Galípoli, como parte de uma tentativa mal sucedida das tropas britânicas e francesas de capturar a península na Turquia ocupada pelos otomanos. Traynor foi dos poucos soldados a chegar à costa naquele primeiro dia, apesar do ataque de fogo de metralhadora pelas forças turcas que estavam no topo de barrancos íngremes junto à praia. Por mais de uma semana ele permaneceu ileso enquanto tentava liderar o pequeno contingente que sobrevivera ao ataque.
Entretanto, no dia 8 de maio o destemido militar recebeu uma rajada de metralhadora na cabeça, no peito e no braço, durante uma carga de baioneta. Seus ferimentos o deixaram com o braço direito paralisado e o tornaram suscetível a ataques epiléticos. Os médicos tentaram várias cirurgias para reparar os nervos danificados em seu braço e tratar dos ferimentos na cabeça que se acreditava serem a causa de sua epilepsia, mas sem sucesso.
Tendo sido considerado “completa e incuravelmen-
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