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| MATÉRIA DE CAPA (I) | (continuação)

Oliveira e entidades afins de 28 países (cfr. Catolicismo, outubro/23), alertava para o perigo iminente: sob o pretexto de reforma, o Sínodo ameaçava minar a estrutura hierárquica da Igreja, tal como Nosso Senhor a instituiu.

A obra foi enviada a todos os bispos titulares do mundo e a grande número de sacerdotes e seminaristas, que responderam concordando com a denúncia: o Sínodo ameaçava soltar dentro da Igreja o gás tóxico da heterodoxia e da confusão.

Com efeito, o documento final do evento, bem como as comissões de estudo criadas para discutir temas como o diaconato feminino, confirmaram os receios expostos no livro. Segundo comentário de um sacerdote espanhol, “o objetivo pretendido não é levar o evangelho de Cristo às pessoas, mas estabelecer um novo paradigma da Igreja, a igreja sinodal, com todas as suas consequências”. (30)

O documento final do Sínodo promove a descentralização da autoridade eclesiástica, uma possível mudança no Código de Direito Canônico que dê poder deliberativo a órgãos colegiados de leigos, cujas decisões poderiam ser vinculantes até para os bispos. Faz lembrar o socialismo autogestionário, desta vez aplicado à Santa Igreja.

Em 25 de novembro, o Sumo Pontífice chancelou a declaração, afirmando que “as igrejas locais e os grupos de igrejas são agora chamados a implementar, em diferentes contextos, as indicações autorizadas contidas no documento, por meio dos processos de discernimento e tomada de decisão previstos pela lei e pelo próprio documento”. (31)

Sínodo do desinteresse

O lema do Sínodo era Comunhão, Participação e Missão. Ele pretendia haurir sua autoridade moral da consulta ao “povo de Deus”. Em julho, as redes oficiais do Sínodo lançaram uma pesquisa para saber o grau de interesse do “povo de Deus” com a sinodalidade na Igreja: “cerca de 90% votaram negativamente. Como resultado, a secretaria responsável do sínodo encerrou a pesquisa prematuramente e colocou os resultados off-line”. (32)

Comentou a respeito Javier Arias: “os amigos do voto e da sinodalidade receberam uma boa dose de seu próprio remédio. As pessoas se manifestaram, mas na direção oposta ao que eles esperavam”. (33)

(Continua na página 28)

Avanço do satanismo e da blasfêmia

As cerimônias de inauguração e encerramento das Olimpíadas de Paris, de que Catolicismo tratou com detalhes em setembro e outubro p.p., foram um sinal emblemático do avanço do satanismo e da blasfêmia.

Em março, a arquidiocese de Carpi promoveu uma mostra de arte blasfema (sic!) dentro da Igreja de Santo Inácio, com Nosso Senhor e Nossa Senhora pintados em atitudes tão obscenas que nos abstemos de descrever aqui. Os fiéis afluíram em massa na frente da igreja em protesto e atos reparação, e processaram o arcebispo, o artista e outros envolvidos na amostra1 [foto1].

A cada ano, em Sevilha, o Conselho Geral de Irmandades e Fraternidades convida um artista famoso para produzir um pôster promocional das belíssimas e famosas procissões de Semana Santa na cidade. Neste ano, o pintor Salustiano Garcia apresentou uma figura de “Cristo ressuscitado” blasfema e provocativa, com um corpo ultra efeminado e sensual, praticamente nu2 [foto 2].

Em julho, o padre pró-LGBT James Martin proferiu palestra tendo diante de si uma representação sacrílega de Nossa Senhora vestida com bandeira representando o movimento homossexual e transexual3 [foto 3].

Algo semelhante se deu em Aparecida do Norte. Uma romaria sacrílega envolveu uma cópia da imagem de Nossa Rainha e Padroeira com uma bandeira do movimento LGBT, e entrou no Santuário4.

Em Toulouse, França, um show de grandes proporções promovido em outubro pelo governo local gerou indignação “devido às suas múltiplas referências satânicas e esotéricas”. O arcebispo de Toulouse “decidiu então consagrar a cidade e a diocese ao Sagrado Coração de Jesus em 16 de outubro, para proteger a cidade das ‘ameaças das trevas’”.5

Em novembro, um afegão entrou em importante santuário na Suíça, retirou as vestimentas da milagrosa imagem, a “Virgem Negra”, e a golpeou repetidamente, antes de ser detido pelo sacerdote e preso.6

Na Alemanha, uma ópera sacrílega intitulada “Sancta” apresentava um grupo de freiras, cujo relacionamento na peça se degenera em orgias entre elas sobre uma cruz, entre outros insultos à Igreja. A peça é de tal forma repugnante que 18 assistentes tiveram de receber cuidados médicos pelas severas náuseas.7 A TFP Student Action da Alemanha promoveu vigorosos atos de reparação em frente aos teatros de Stuttgart e Berlin, com assistência de dezenas de fiéis indignados.

Estes são apenas alguns exemplos dos sacrilégios e blasfêmias contra Nosso Senhor, Nossa Senhora e a Santa Igreja em 2024, que pedem de todo católico consciencioso um revide espiritual à altura, com atos de reparação públicos e privados.

NOTAS: 1. La Nuova Bussola Quotidiana, 11-3-24 2. The Pillar, 5-2-24 3. Infovaticana, 2-7-24 4. Pleno.news, 19-11-24 5. Aleteia, 19-10-24 6. Infovaticana, 20-11-24 7. The Guardian, 10-10-24
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